21/03/2012 - 00h00

A presença de cerca de 160 distribuidores e processadores de todo o País, presidentes de entidades vidreiras regionais e nacionais e de políticos da alta cúpula federal na solenidade de início da construção da fábrica da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP) em Goiana (PE), no último dia 15, serviu para que fossem apresentadas e até discutidas algumas demandas latentes do setor vidreiro.

O próprio Paulo Drummond, presidente da CBVP, após fazer o anúncio do aumento do investimento, capacidade de produção e da área construída da fábrica, foi aplaudido ao dar início ao assunto em seu discurso. “Chegam importados ao Brasil vidros planos e processados. Não é possível que, no bom momento econômico em que vivemos, sejamos repositório de países que não têm claros os seus procedimentos de mercado”, disse, dirigindo-se ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. “A CBVP, junto com toda a cadeia vidreira, vai brigar para combater o dumping e a concorrência desleal”.

O executivo da CBVP ainda fez menção especial a Alexandre Pestana, presidente da Abravidro, e citou a luta da entidade pela concorrência leal dentro do setor. “Estamos absolutamente alinhados com as associações de classe”, encerrou.

Pestana externou o orgulho que a classe vidreira sente por saber que em breve o Brasil terá uma fabricante de vidro float com capital 100% nacional. No entanto, aproveitando a presença do ministro Pimentel e do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, fez coro com Drummond. “As importações crescem em velocidade galopante e nos obrigam a buscar medidas de defesa comercial”, reclamou. “A indústria precisa criar diferenciais e competências. Em paralelo, é fundamental contarmos com um ambiente interno favorável nos aspectos econômico, tributário e legal, para que possamos nos fortalecer e enfrentar este mundo comercial sem fronteiras”.

Em resposta às demandas apresentadas, Fernando Bezerra citou o programa do governo federal Brasil Maior, que, dentre várias medidas, visa a reforçar a defesa comercial brasileira. Já Fernando Pimentel afirmou que o governo brasileiro está tentando defender o trabalho de empresas nacionais ou estrangeiras que produzem dentro do Brasil, pois elas geram emprego, renda e riquezas. “É verdade que a nossa indústria tem dificuldades, muitas delas oriundas da concorrência desleal e taxa de câmbio e juros elevados — o que estamos tentando corrigir —, mas são dificuldades que podemos enfrentar. Saio de Pernambuco orgulhoso por todos os investimentos que estão sendo feitos”.

Polo vidreiro

“Queremos estabelecer aqui um polo de empresas processadoras de vidros”. Essa foi a frase proferida por Geraldo Júlio, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, entusiasmado com a construção da primeira fábrica de vidros float com capital 100% nacional do País em seu Estado. Ele ainda falou que a instalação da CBVP em Goiana vai levar emprego, qualificação profissional e desenvolvimento para a região.

Dentre as autoridades, o último a discursar foi o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ele enalteceu o Grupo Cornélio Brennand, proprietário da CBVP, e falou sobre a grande abrangência do setor vidreiro, que fornece produtos para vários ramos. “A construção civil em nosso Estado cresce, há mais de quatro anos, acima de 15%. Temos também maior demanda pela linha branca e no setor automobilístico, por exemplo. Essa planta vai prover para esses e outros setores aqui do Nordeste, que antes consumia vidros de outras regiões e até importados”.

CBVP dá início à construção de fábrica em Goiana (PE)

Veja as fotos do início das obras da CBVP em Goiana (PE)

Assista aqui ao vídeo da cerimônia oficial do início das obras da fábrica da CBVP