Vidroplano
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Manoel Fernandes fala da importância dos dados digitais no 15º Simpovidro

18/11/2022 - 15h24

Quem não acompanha as evoluções que a tecnologia oferece acaba ficando para trás e perdendo oportunidades de se desenvolver. Buscando mostrar como as empresas podem otimizar seus resultados no ambiente online, o jornalista Manoel Fernandes, fundador da Bites (empresa especializada em inteligência de dados a partir da análise de informações e comportamentos identificados no universo digital), palestrou sobre o tema Olhar digital para o seu negócio.

As perguntas certas para os dados certos
Fernandes destacou a importância dos dados para os negócios. Nesse sentido, explicou que dados não precisam se referir necessariamente ao aspecto tecnológico, mas sim a informações que permitam modelar e tomar as melhores decisões. O processo de coleta desses dados deve ser feito de forma a responder três questões: “O que quero saber?”, “O que preciso saber?” e “O que farei com o que sei agora?”, de forma que eles sirvam de norte para a tomada de decisões.

O palestrante citou como exemplo desse processo o mapa de Fra Mauro: com base em dados recolhidos de diferentes fontes, ele conseguiu cartografar a totalidade do “Velho Mundo” (incluindo o então longínquo Japão) com precisão notável, tornando obsoletos os mapas anteriormente usados como referência para navegação.

Navegando no meio digital
O palestrante apontou também que hoje há cerca de 160 milhões de internautas, sendo que 120 milhões estão presentes em pelo menos uma rede social, e 78% fazem parte das classes C, D ou E. O Brasil se destaca nesse meio, sendo o 3o país que mais passa tempo conectado à Internet, o 1o do mundo em número de pessoas em perfis sociais, e o 2o que mais segue influenciadores digitais – que podem ser desde grandes celebridades até profissionais específicos do setor vidreiro.

De acordo com Fernandes, quem procurar por “vidro” ou “espelho” em redes sociais como o Instagram e o TikTok provavelmente encontrará muito conteúdo inútil – mas, se “garimpar” um pouco, também poderá achar conteúdos de grande ajuda; por isso, é importante aproveitar o espectro de oportunidades que esses e outros espaços digitais oferecem.

Dando um exemplo de como essas pesquisas podem ajudar na tomada de decisões, o fundador da Bites observou que, ao procurar vidros e espelhos no Google, descobre-se que há cerca de 6,5 milhões de buscas sobre espelhos por mês. Dessas, espelhos para banheiro são os mais procurados – indicando um público-alvo em potencial –, enquanto a busca por espelhos redondos é maior do que a por espelhos quadrados (sugerindo que o fornecimento do primeiro pode ser mais vantajoso para uma vidraçaria, por exemplo).

Interpretando os dados
O palestrante ressaltou que não adianta ter acesso a números do mercado sem o contexto para compreendê-los e interpretá-los. Como exemplo, mostrou que houve um pico nas pesquisas no Google por portas de vidro em julho de 2020, algo que pode parecer estranho se o pesquisador não levar em conta que, durante esse período, o País passava por um dos piores momentos da pandemia de Covid-19, indicando um grande interesse por esse produto a fim de conciliar integração visual e isolamento.

Para Fernandes, em certos momentos o Google funciona como um “grande inconsciente coletivo digital”, onde os dados estão presentes para quem souber interpretá-los e direcioná-los. Ao apresentar exemplos de outras buscas, ele apontou que o Google direciona a maior parte das procuras por “porta de vidro” para uma grande loja de materiais de construção, possivelmente pela compra da palavra “vidro” por essa empresa no site. Mas essa prática não é a única forma de prosperar no meio digital: um artigo no blog da processadora Divinal Vidros sobre como nosso material é feito aparece entre as 10 páginas mais acessadas nessa busca, e o site da empresa é o primeiro ao pesquisar “vidro temperado” – e o tráfego pelas páginas da Divinal se dá principalmente por buscas orgânicas, mostrando a importância de uma boa indexação dos termos-chave para sua empresa.

O fundador da Bites explicou que esse olhar digital é indispensável para qualquer negócio, independentemente do seu tempo de existência – enfatizando que, ao contrário do que muitos podem pensar, o fato de uma empresa ser antiga não significa que ela não seja capaz de se renovar e se adaptar aos novos tempos, nem que uma empresa nova esteja mais bem preparada nos meios digitais do que outra presente no mercado há décadas.

Por fim, destacou que a tecnologia é uma grande aliada, mas não é um milagre que vai resolver todos os problemas; cabe ao próprio empresário usar sua experiência e capacidade para fazer as perguntas certas – e buscar as respostas para elas.

Crédito da foto de abertura: Marcos Santos e Andreia Naomi



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