23/10/2020 - 17h55

Terminou ontem, 22, a Glasstec Virtual, edição online da principal feira vidreira do mundo, a Glasstec. Segundo a Messe Düsseldorf, organizadora do evento, mais de 10 mil profissionais do setor, de 110 países diferentes, acessaram o conteúdo da mostra. Desse total, 73% eram de fora da Alemanha, país em que a edição física da feira é montada, reforçando o aspecto internacional da Glasstec, assim como ressaltando a facilidade de se participar pela Internet. Outro número relevante: cerca de 800 empresas participaram do espaço de exposições digital.

“Durante este período de pandemia, essa solução nos permitiu oferecer à indústria uma plataforma adicional para intensificar e expandir os contatos. Agora, o foco está inteiramente na preparação da edição física da Glasstec”, comenta a diretora da feira, Birgit Horn. O evento será realizado na cidade alemã de Düsseldorf, de 15 a 18 de junho de 2021.

O futuro da produção
A digitalização das empresas, conceito representado pela integração dos processos produtivos, foi o tema de Peter Seidl e Maximilian Ocker, da Grenzebach. A palestra abordou a importância da análise dos dados obtidos na produção pelas tecnologias 4.0: não é preciso levantar todos os dados possíveis para melhorar determinado processo, bastam apenas os relevantes para a situação da empresa.

Um exemplo: na otimização do corte de float, são coletadas várias informações via sensores, inspeções, câmaras de qualidade etc. No entanto, é impossível avaliar tudo, pois a análise não terminaria nunca. Por isso, nesse caso, basta focar em parâmetros como espessura do vidro, estresse aplicado às chapas e força do corte.

A principal mensagem dos profissionais, no fim, é que somente ter as informações não causa melhora na produção, é preciso analisá-las. Resumindo suas ideias, mostraram uma sequência de processos a ser seguida:
Geração de dados pelos maquinários => aquisição de dados => preparação dos dados, separando o que realmente é importante => análise dos dados => e, finalmente, a adaptação das máquinas aos dados relevantes

Jens Ellrich, também da Grenzebach, ainda falando sobre tecnologia, comentou como os vidros para revestimentos, usando o processo de coating, aumenta o valor do material. Para isso, ele citou a grande variedade de aplicações existentes atualmente, incluindo revestimentos temperáveis, baixo emissivos (low-e) e até os fotovoltaicos integrados à construção (BIPV) para geração de energia. Foram apontados ainda outros benefícios, como resistência a riscos, função autolimpante e aspecto eletrocrômico, entre outros.

Em termos de desafios de mercado, Ellrich destacou os custos de produção (os dois principais são as matérias-primas, com 69%, e a mão de obra, com 17%) e como definir os preços para itens de valor agregado como esses.
Segundo o profissional, os próximos passos na evolução do segmento de revestimentos envolvem a otimização da manutenção (tanto preventiva como preditiva) e a excelência operacional.

Cobertura completa
A edição de novembro da revista O Vidroplano trará toda a cobertura da Glasstec Virtual, incluindo detalhes das palestras técnicas e informações sobre os produtos apresentados por alguns expositores. Não perca!