Qualidade em primeiro lugar
21/11/2017 - 17h41
O Vidroplano já destacou em diversas reportagens a importância de os vidraceiros investirem em vidros de valor agregado. Pensando dessa forma, por que não seguir o raciocínio com as esquadrias?
Um produto de alto desempenho pode até ser mais caro, mas proporciona uma série de benefícios em relação ao item padrão — e isso faz toda a diferença para quem não quer ser deixado para trás pela concorrência. Você sabe como identificá-la e escolhê-la? Especialistas do setor e fabricantes desses produtos dão as dicas a seguir!
Qualidade mínima
Toda esquadria comercializada precisa atender os requisitos mínimos da NBR 10821 — Esquadrias para edificações. Para isso, deve ser, obrigatoriamente, ensaiada e aprovada nos seguintes itens:
– Resistência às cargas de vento da região em que será instalada;
– Vedação ao ar;
– Vedação à água;
– Esforços de uso;
– Acústica.
“Embora o conforto térmico, padrões de manutenção e visual para o ambiente externo ainda não sejam exigidos na norma, também é importante considerar esses critérios”, recomenda Antônio Cardoso, consultor e sócio-fundador da AC&D Consultoria.
Se todos os produtos precisam ter desempenho satisfatório, o que diferencia os considerados acima da média? A engenheira Priscila Andrade, gestora de Desenvolvimento do portal Minha janela de PVC, explica: “São os níveis além do satisfatório em ensaios de desempenho que eles possuem, principalmente nos quesitos acústico, térmico e estanquidade à água e ar.”
A escolha certa de Norte a Sul
Outro ponto fundamental é onde o produto será usado. “A Região Nordeste, por exemplo, está em uma área classificada como II e, por essa razão, tem um nível diferente de uma esquadria do Sul, onde é uma área nível IV e V”, explica Leonardo Arantes, gerente de Produtos da Guardian. Isso ocorre porque existem diferenças entre as condições de ventos no Brasil.
A união faz a força!
É a combinação de produtos de alto desempenho com vidros de valor agregado que potencializa o desempenho do sistema. Por isso, não faz sentido usá-las com vidros comuns.
A AGC do Brasil, por exemplo, recomenda o uso de seu vidro de controle solar, o Sunergy. “Além de ter propriedade low-e, tem aparência neutra, com baixa reflexão”, aconselha Matheus Oliveira, analista-sênior de Marketing da multinacional.
A Guardian também destaca o uso de sua gama de produtos de forma laminada ou insulada. Já a Cebrace foi além e lançou este ano seu próprio sistema, a Janela Habitat, com seus vidros de controle solar (veja mais abaixo, no item No mercado).
Pouca perspectiva para quem ficar na média
As construtoras já estão atentas a esse tipo de produto. “Temos acompanhado uma demanda alta por itens de bom desempenho pelas empresas da área imobiliária e da construção civil”, alerta o consultor Antônio Cardoso. Segundo ele, isso se deve em boa parte à NBR 15575 — Esquadrias para edificações – Desempenho, cuja revisão em 2013 deu bastante importância ao conforto acústico.
A etiquetagem do desempenho acústico, determinada pela NBR 10821, também tem importância na escolha dos produtos. Aos poucos, a busca por informações sobre ela vem crescendo: prova disso, observa Fabíola Rago, foi a decisão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) de publicar o manual Esquadrias para edificações – Desempenho e aplicações (a obra pode ser baixada pelo link www.cbic.org.br/comat).
Classificação em norma
De acordo com a Parte 2 da NBR 10821, as esquadrias podem ter desempenho mínimo, intermediário ou superior — estas últimas são as de alto desempenho. “Para um produto ter essa classificação, deve possuir baixíssima penetração de ar, o que ajuda a edificação a ficar mais eficiente termicamente”, explica Fabíola Rago Beltrame, diretora do Instituto Beltrame de Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq). Veja a seguir todas as características que permitem classificar uma esquadria como de alto desempenho:
Em termos acústicos
Índice de redução sonora ponderado igual ou maior que 30 dB — indicado como nível A nas etiquetas acústicas.
Em termos térmicos
Perfis de materiais isolantes ou com termo-break (colocado entre as faces metálicas do perfil) em conjunto com vidros duplos, permitindo transferência de calor menor que 250 W por m² (sugestão de consumo europeu).
Em termos de estanquidade
Mesmo com chuvas de vento muito forte, a esquadria não pode permitir que a água entre — de modo geral, uma esquadria de alto desempenho nesse quesito é aquela que atinge, no mínimo, 200 Pa no ensaio de pressão de água em câmara.
Matérias-primas
O alumínio é apontado pelo consultor Antônio Cardoso como um material muito indicado: “A vantagem que mais se destaca nesse material é a liberdade de formas que ele concede ao projetista, permitindo designs diferenciados”.
Por sua vez, o PVC é defendido por Eduardo Rosa, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis e Componentes para Esquadrias de PVC (Aspec-PVC). “Possui alta resistência mecânica, é capaz de resistir por até cinquenta anos e ainda parecer novo por um período superior às outras opções”, justifica.
Aparecido Bonifácio, gerente-industrial da Atenua Som, comenta: “Ainda que alguns materiais estejam associados a processos produtivos que favoreçam o melhor desempenho, não há uma dependência direta. Isso é consequência também das soluções de projeto, precisão do sistema produtivo, qualidade da instalação e ajuste das esquadrias”.
Alumínio
– Variedade ampla de resistência e usinagem, dependendo das ligas e têmperas especificadas;
– Leveza;
– Permite vários tipos de acabamento de superfície, seja por anodização ou pintura;
– Boa relação custo-benefício.
PVC
– Pode ser produzido em diversas cores e com acabamentos metalizados ou padrões amadeirados;
– Resistência a raios ultravioleta;
– Alta estanquidade à água, ar e insetos (os cantos das folhas e do marco são soldados com o próprio PVC no processo de construção da janela);
– Não oxida e não enferruja.
No mercado
Discreta e silenciosa
Produto: linha Fit;
Fabricante: Atenua Som;
Diferenciais: redução acústica de 30 dB, conforto térmico e design minimalista com fabricação sob medida, sem alterar a fachada do prédio ou precisar quebrar a alvenaria;
Vidros indicados: insulados com peças de 4 e 6 mm, ou laminados 12 mm.
Luz, temperatura e ruído sob controle
Produto: Janela Habitat;
Fabricante: Cebrace;
Diferenciais: já vem com vidros de controle solar da linha Habitat, permitindo barrar até 70% do calor e quase 100% dos raios UV, além de ter nível A em desempenho acústico, deixar a luz entrar na medida certa (sem desconforto visual) e oferecer vedação superior às janelas comuns;
Vidros indicados: de controle solar (laminados ou temperados), da linha Habitat, já fornecidos no produto.
Eficiente e bonita por mais tempo
Produto: perfis de PVC Veka para portas e janelas;
Fabricante: Veka;
Diferenciais: redução acústica de cerca de 45 dB, fabricação especialmente para climas tropicais, proporcionando maior conforto térmico e baixa necessidade de manutenção e limpeza;
Vidros indicados: variáveis de acordo com as necessidades do projeto.
O melhor de dois mundos
Produto: linha Titantec;
Fabricante: Weiku do Brasil;
Diferenciais: embora produzidas em PVC, as esquadrias recebem revestimento de alumínio, reforçando seu desempenho térmico e acústico além de garantir design inovador e maior flexibilidade para o sistema;
Vidros indicados: variáveis de acordo com as necessidades do projeto.
Este texto foi originalmente publicado na edição 539 (novembro de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.
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