Vidroplano
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Sampa Sky é nova atração internacional de São Paulo

23/08/2021 - 10h21

A maior metrópole do Hemisfério Sul pode não ser uma “cidade maravilhosa” em relação às belezas naturais, mas tem vários encantos: Masp, Parque do Ibirapuera, Catedral da Sé, Mercado Municipal, Pinacoteca do Estado, bairro da Liberdade, Avenida Paulista… A lista é bem longa. E agora precisa incluir mais um espaço, o recém-inaugurado Sampa Sky. Localizada no 42º andar do edifício Mirante do Vale, no chamado Centro Velho de São Paulo, a atração conta com dois decks retráteis feitos inteiramente de multilaminados – ali, os visitantes têm a sensação de flutuar pelos céus da cidade.

Depois da construção da plataforma Skyglass Canela, no Rio Grande do Sul (obra presente na capa da edição de fevereiro de O Vidroplano), e agora, com a abertura do Sampa Sky ao público no dia 8 de agosto, o Brasil se torna de vez um ponto turístico vidreiro de nível internacional. Nas próximas páginas, conheça os detalhes dessa obra já icônica.

 

Ficha técnica
Autor do projeto: Aron Kogan

Local: São Paulo

Conclusão: julho de 2021

Vidros dos decks envidraçados: multilaminados formados por ClimaGuard SunLight 10 mm + três peças de float incolor 10 mm cada + três PVBs estruturais

Quantidade de vidro aplicada: 220 m² de ClimaGuard SunLight; 360 m² de float incolor; 65 m² de Espelho Guardian Evolution

Fabricante do vidro: Guardian

Processadora: GlassecViracon

Fornecedora do PVB: Eastman

 

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Vistas inigualáveis
O Mirante do Vale foi a escolha perfeita para a instalação da estrutura. Afinal, o edifício é um símbolo de São Paulo. Construído na década de 1960, é formado por mais de mil salas comerciais distribuídas por 170 m de altura, tendo sido o mais alto edifício do País ao longo de décadas. Para aproveitar a vista do local, cada deck do Sampa Sky foi instalado em um lado do prédio: um deles está na face Sul, sobre o Vale do Anhangabaú e o Viaduto Santa Efigênia; o outro, em cima da Avenida Prestes Maia, está voltado para a Zona Leste da cidade. Ao todo, são 700 m² de área, incluindo um café – e o local também poderá receber eventos corporativos e sociais.

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A inspiração para o projeto veio de fora: o chef de cozinha André Berti, em visita aos Estados Unidos, adorou o conceito do Sky Deck, um “aquário” de vidro pendurado no 103º andar da Willis Tower, em Chicago. No Brasil, para fazer a ideia virar realidade, uniu-se ao advogado Antônio Carlos da Relva Caldeira, proprietário do 42º andar do Mirante, e ao publicitário Alessandro Martinelli.

Robustez transparente
A grande jogada da obra está em sua estrutura retrátil: os decks envidraçados são recolhidos para dentro do prédio todos os dias, pois a fachada não pode ser alterada permanentemente. Hoje isso é feito de forma manual por quatro pessoas – e, apesar de o processo ser rápido, há planos para automatizá-lo. Encontrar um engenheiro disposto a trabalhar em um conceito tão complexo não foi simples, mas Waldomiro Zarzur topou a empreitada, ao lado do arquiteto Aron Kogan.

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Multilaminados temperados garantem a segurança de quem entra nas caixas de vidro: a resistência da estrutura chega a mais de 30 t. Como não poderia deixar de ser, a especificação é robusta: quatro peças com 10 mm cada (sendo a externa de ClimaGuard SunLight e as internas de float incolor), unidas por PVBs estruturais DG41, da Eastman. O uso de vidros de controle solar ajuda a reduzir a necessidade de iluminação artificial, assim como o uso de ar-condicionado, já que mesmo em dias de calor intenso o material manterá o ambiente mais fresco (o produto escolhido bloqueia duas vezes mais o calor do que o vidro comum). “Estamos muito satisfeitos com a repercussão que o Sampa Sky alcançou, mesmo antes da inauguração. Em especial, sobre o visual lindo e sem distorção para apreciar o horizonte de São Paulo, para as muitas fotos, vídeos e posts que as pessoas vão fazer no local”, afirma o diretor-comercial da Guardian, Renato Sivieri, empresa responsável pela fabricação dos vidros aplicados – a GlassecViracon foi quem os beneficiou.

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Por serem multilaminados temperados com muitos furos, as dimensões das peças e o perfeito alinhamento entre elas seriam alguns dos itens críticos durante o processamento”, explica Márcio Caraça, coordenador de Produção da GlassecViracon. “Durante a têmpera, todos os vidros foram avaliados por um scanner de monitoramento online, de forma a assegurar a qualidade planimétrica desejada e eliminar as distorções características dos vidros temperados”. Com isso, foi possível garantir a excelência na visualização da paisagem sem perder a segurança oferecida pelo material.

 

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Sampa Sky: mais informações
Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10 às 20 horas;

Ingressos: são vendidos no site sympla.com.br. Ao comprá-los, o visitante deve escolher a data e horário da visita. As sessões são abertas a cada meia hora. Há limite de tempo para permanecer nos decks, porém não no restante do espaço;

Valores: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Crianças com até cinco anos não pagam;

Capacidade: o espaço pode receber 400 pessoas simultaneamente. No entanto, por conta da atual situação da pandemia, esse número será reduzido a 60% nos meses de inauguração.

 

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Desafios na instalação
A especificação, instalação e acompanhamento técnico da montagem dos vidros ficaram a cargo da empresa paulistana HolyGlass. A pandemia prejudicou a locomoção de pessoas e materiais envolvidos na obra, incluindo a execução dos serviços: as peças tiveram de subir até o 42º andar via elevador, ao invés de serem içadas por guindastes, um processo que seria muito mais custoso.

Ferragens de aço inox garantem a resistência mecânica necessária. “Como o cubo de vidro precisava estar estruturado em si mesmo, as ligações das partes laterais e do piso se ‘amarram’ junto da estrutura metálica que faz a sustentação de todo o conjunto”, explica o engenheiro civil Charlston Thiago Stringhini, proprietário da HolyGlass. “Não havia parâmetros no Brasil de uma obra com essa magnitude. Uma semelhante era mesmo o mirante de Chicago, mas nosso conceito é maior, pois a plataforma tem praticamente 2 m para fora do prédio”. De fato, a obra estadunidense é menor, tem 1,31 m.

O Espelho Guardian Evolution também foi instalado no local, nas partes internas do Sampa Sky, com o objetivo de refletir os céus de São Paulo, trazendo um jogo de luzes ao espaço. Segundo André Berti, sua sociedade tem planos para ampliar a atração – e, quem sabe, até outras obras ambiciosas envolvendo nosso material. Os aficionados por vidro torcem. E agradecem.

Este texto foi originalmente publicado na edição 584 (agosto de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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