Vidroplano
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Segurança é fundamental no manuseio dos vidros

18/12/2023 - 12h21

De que adianta uma fabricação bem feita ou um processamento em maquinários modernos se o manuseio das chapas de vidro for realizado sem a devida atenção e segurança? Seja para movimentar as peças pela fábrica, colocá-las no estoque ou despachar para clientes, esse é um momento crucial, responsável por garantir a qualidade do vidro – ou então fazer com que a empresa perca dinheiro com retrabalho.

A seguir, confira o que especialistas têm a dizer sobre o assunto, incluindo de que forma o manuseio manual pode atrapalhar o serviço e como a automatização pode resolver gargalos na produção.

Plenitude
Por mais óbvio que possa parecer, o manuseio feito da forma correta tem dois objetivos, conforme reforça o instrutor técnico da Abravidro, Cláudio Lúcio da Silva: “Ele é fundamental para a preservação da integridade física tanto do profissional que beneficia ou instala o vidro como do produto confeccionado”.

“Os cantos dos vidros são o ponto mais sensível”, indicam Antéo Olivatto Júnior e Roberto Luis Dolo, respectivamente proprietário e gerente financeiro da C&A Embalagens, fabricante de soluções para proteger o vidro durante seu transporte, como intercalários e cantoneiras. Bater esses locais, por exemplo, pode levar à quebra das chapas. E não nos esqueçamos ainda da questão estética: vidros riscados por conta de mau armazenamento provavelmente serão recusados pelos clientes.

Mas não importa o tipo ou o porte da indústria vidreira, é preciso evitar, acima de tudo, improvisos nessa tarefa – utilizar maquinários de outra função para a atividade, juntar pessoas para carregar peças grandes e pesadas etc. Isso poderá custar a saúde dos funcionários e também a matéria-prima. “A regra geral é: quanto menos se manusear as peças de vidro, menor o risco de avarias nelas”, adverte Cláudio Lúcio.

 

Empilhadeiras e outros veículos devem ser utilizados para movimentar grandes volumes de vidro nas usinas ou mesmo nas processadoras Foto:  Kashper/stock.adobe.com

Empilhadeiras e outros veículos devem ser utilizados para movimentar grandes volumes de vidro nas usinas ou mesmo nas processadoras
Foto: Kashper/stock.adobe.com

 

Nas usinas
Nenhum vidro é tocado por colaboradores das usinas – todo o manuseio se dá de forma automática, por meio de equipamentos próprios para isso. “Robôs retiram as chapas da linha e formam os pacotes de vidro, compostos por várias chapas de vidros juntas e pesando em torno de 2 t cada uma”, explica Fábio Reis, gerente de Desenvolvimento de Novos Produtos da Guardian. “Esses pacotes, já embalados, são transportados para o estoque por meio de empilhadeiras de grande porte. Parte deles também pode abastecer as linhas de fabricação, como a de espelhos.”

Como confirma Marcelo Santos, supervisor de Logística da AGC, os cuidados tomados não devem ser colocados de lado em nenhum momento. “Este é o principal conceito da AGC: segurança. Não sofrer incidentes e acidentes sempre será nossa meta”, declara. “O vidro é um material que, ao quebrar, se torna perfurocortante”, comenta Francisco Conte, diretor de Operação da Vivix. “Por isso mesmo, o processo produtivo e a movimentação estão condicionados ao cumprimento das normas e procedimentos internos.”

Em relação ao despacho dos pedidos, utilizam-se pontes rolantes. “Com elas, montam-se os chamados “blocos” de pacotes de vidro, que são então colocados nas carretas para serem levados até seu destino”, descreve Fábio Reis.

Imprescindíveis para as usinas
Quais são os equipamentos que não podem faltar nas fabricantes de float para o manuseio de vidros?

  • Maquinários
    – Robôs de movimentação;
    – Empilhadeiras de grande porte;
    – Ponte rolante (ou carro de transporte específico para vidro jumbo).
  • EPIs
    Os equipamentos de proteção individual são tão relevantes quanto as máquinas. Apesar de não ter contato manual direto, jamais devem ser deixados de lado – vão variar apenas de acordo com a atividade a ser executada e com o setor.
    – Capacete;
    – Óculos;
    – Protetor auricular;
    – Luva;
    – Jaqueta de anilha;
    – Bota.

Nas processadoras
“A maioria das beneficiadoras não possui parques industriais 100% automatizados, mas sim, semiautomáticos ou semimanuais”, aponta Cláudio Lúcio. Por isso mesmo, o manuseio manual é visto em momentos pontuais, como na alimentação do vidro em determinados maquinários para o processamento. Isso varia dependendo do porte da empresa. “Em alguns processos, após o vidro ter sido cortado em tamanhos menores, eles ainda podem ser manuseados por pessoas, como é o caso do carregamento e descarregamento de equipamentos de lapidação e furação, bem como na expedição”, explica Marco Antônio Oliveira Florentino, técnico de Segurança do Trabalho da Divinal Vidros.

Pontes rolantes também são encontradas em processadoras, como indica Taissa Figueiredo, gerente-geral da Smart Glass: “Nosso armazenamento conta com paliteiros para a estocagem de vidros, além de possuirmos um cavalete de queda livre, para o setor de corte, o que auxilia no manuseio”. A empresa utiliza cavaletes para separar as peças de vidro por espessura de acordo com o setor – lapidação, furação, lavagem. “Na têmpera, usamos esses cavaletes como forma de separação para definir as prioridades de entrega. Assim, conseguimos finalizar o processo de maneira adequada, mantendo tudo em um circuito totalmente interligado e com classificação de urgências”, conta. Segundo a Divinal Vidros, existe ainda o acessório chamado graber, utilizado para manusear colares de chapas jumbo (cuja dimensão é de 6 m de largura por 3,21 m de altura).

 

Proteção acima de tudo: nos diferentes momentos em que há manuseio manual nas processadoras, nunca podem faltar os EPIs Foto: Divulgação Star Glass

Proteção acima de tudo: nos diferentes momentos em que há manuseio manual nas processadoras, nunca podem faltar os EPIs
Foto: Divulgação Smart Glass

 

Se as usinas se preocupam com a segurança dos colaboradores mesmo quase sem contato com as peças, a atenção a essa questão nas processadoras deve ser triplicada. “É responsabilidade da empresa a compra de EPIs de qualidade, com Certificado de Aprovação pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que proporcionem, de fato, proteção aos funcionários”, opina Taissa. “Além disso, tem de haver treinamento para a conscientização da importância do uso desses materiais. Existe, da nossa parte, uma fiscalização constante nesse sentido.” Segundo a gerente da Smart Glass, seus colaboradores de áreas administrativas não podem entrar na produção sem, ao menos, capacete. “Em relação à própria produção, cada funcionário tem a obrigação de usar seus EPIs específicos, conforme as particularidades de sua tarefa”, comenta. Para Marco Antônio, da Divinal, o bem-estar dos colaboradores sempre será a prioridade da empresa: “Acessamos os riscos dos processos frequentemente e buscamos por métodos que possam trazer mais segurança para as pessoas envolvidas no processamento dos vidros”.

É importante não se esquecer ainda da manutenção dos maquinários e equipamentos utilizados: caso estejam em mau estado, podem aumentar significativamente o risco de dano ao produto final – e ainda de acidentes. Durante o armazenamento, espaçadores de EVA e cantoneiras de papelão são essenciais para todas as peças, evitando manchas, arranhões e lascas.

 

Foto: veli/stock.adobe.com

Foto: veli/stock.adobe.com

 

Imprescindíveis para as processadoras
Quais são os equipamentos que não podem faltar nas transformadoras para o manuseio de vidros?

  • Maquinários
    – Ponte rolante;
    – Paliteiros e cavaletes.
  • EPIs
    – Capacete;
    – Óculos;
    – Protetor auricular;
    – Luvas;
    – Mangotes;
    – Cinta lombar;
    – Avental de raspa de couro e impermeável;
    – Bota com biqueira.

Este texto foi originalmente publicado na edição 612 (dezembro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: jackreznor/stock.adobe.com



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