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VidroSom e Simbrie abordam vidros e esquadrias

21/12/2021 - 09h48

Dois grandes eventos para o setor vidreiro foram realizados em formato online no mês de novembro: a edição 2021 do Seminário Soluções Acústicas em Vidro (VidroSom) e o 4º Simpósio Brasileiro da Indústria de Esquadrias (Simbrie). Especialistas de diversas áreas apresentaram conteúdos enriquecedores em relação ao trabalho com esquadrias. Veja a seguir alguns dos principais destaques entre as palestras.

“Sem conhecimento, nada se resolve”
Esse foi o tema do VidroSom 2021, organizado pela Universidade do Som no dia 10 de novembro, com patrocínio da Cebrace e Saint-Gobain e apoio da Perfil Alumínio. A Abravidro esteve entre os apoiadores institucionais do seminário.

“Com a pandemia, o conforto acústico nunca foi tão discutido na construção civil como hoje”, afirmou já na abertura Eduardo Éboli, gerente de Relações com o Mercado da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica), mediador da programação.

Danila Ferrari, consultora de Mercado da Cebrace, apresentou em sua palestra uma série de conceitos na área de acústica, incluindo duas importantes regras na especificação do nosso material para esse segmento:

Lei das Massas: quanto maior for a espessura do vidro, maior tende a ser a redução sonora (no caso de ruídos de baixas frequências);

Lei da Massa + Mola + Massa: materiais com comportamentos diferentes ao ruído contribuem para a atenuação sonora – caso do vidro laminado (duas peças unidas por um interlayer) e do insulado (com uma câmara de gás entre as lâminas de vidro).

 

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Marcos Holtz, sócio-diretor da Harmonia, chamou a atenção para a intangibilidade do valor do conforto acústico, pois não se pode medi-lo. Porém, enfatizou que a pandemia mostrou a muitas pessoas o valor de uma boa noite de sono ou uma tarde produtiva de estudo ou home office sem barulho ao redor. A engenheira Michele Gleice da Silva, diretora técnica do Instituto Tecnológico da Construção Civil (Itec), falou sobre a importância das normas técnicas para todos os elos da sociedade. Apontou que seguir suas recomendações agrega valor ao produto quando o fabricante leva esse conhecimento ao usuário final. Nesse sentido, Michele destacou o uso da etiqueta acústica para esquadrias, determinada pela ABNT NBR 10821 — Esquadrias para edificações.

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A palestra de Edison Claro de Moraes, diretor da Universidade do Som, foi bastante enfática sobre os danos trazidos pela falta de informação: após apresentar problemas com ruídos enfrentados em moradias tanto de alto como de baixo padrão, ele mostrou que, em ambos os casos, a ignorância em relação a sistemas acústicos disponíveis no mercado – desde os mais simples e de menor custo até os mais sofisticados – frequentemente leva a “improvisos” que não resolvem os problemas.

O VidroSom 2021 trouxe ainda apresentações de Fernando Westphal, professor e pesquisador do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre vidros de controle solar; da engenheira Priscila Andrade, pioneira na implementação do Clube do PVC, sobre o papel de uma boa esquadria para garantir a passagem de luz, ventilação e conforto acústico e térmico a um ambiente; e de Carlos Henrique Mattar, diretor de Vendas Técnicas da Saint-Gobain, que mostrou algumas soluções das empresas do grupo para o desempenho das obras.

 

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Ao final do evento, Éboli mediou um bate-papo com os sete palestrantes, os quais responderam a perguntas dos espectadores, e também apresentou os vencedores do concurso de desenhos com o tema conforto acústico, uma tradição do VidroSom. Nesta edição, participaram alunos das escolas Nova 4E (instituição especializada em pessoas especiais) e Escola Estadual MMDC, ambas de São Paulo. Os vencedores foram Ioval Cardoso da Silva Júnior, da Nova 4E, e Lidiane Vitória Souza de Oliveira, da E.E. MMDC. Cada um dos estudantes ganhou um notebook.

Semana das esquadrias
A 4ª edição do Simbrie foi realizada pelo Canal do Serralheiro de 23 a 26 de novembro. Tendo a Abravidro como um de seus apoiadores, ao longo dos quatro dias de programação, diversos tópicos sobre esquadrias foram apresentados e discutidos, com mediação feita pelo professor Alexandre Araújo, idealizador e sócio-proprietário do Canal do Serralheiro.

O engenheiro Crescêncio Petrucci, sócio-fundador da Crescêncio Consultoria, ao discorrer sobre a história e as tipologias das fachadas-cortina no Brasil, explicou o que define esse produto (a esquadria passa pela frente da estrutura da edificação, sem ser interrompida por outro elemento da fachada ou da estrutura) e listou os diferentes sistemas desse tipo de fachada, como o convencional encaixilhado, o grid, a pele de vidro e o glazing (esse último podendo ser stick ou unitizado). Crescêncio alertou ainda que é um erro classificar toda fachada-cortina como pele de vidro: no Brasil, o mais utilizado é o glazing, sistema que não possui perfil de alumínio aparente pelo lado externo (com a fixação do vidro feita principalmente por silicone ou fita dupla face estruturais).

 

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A arquiteta Audrey Dias, sócia-diretora do Grupo Aluparts, abordou o conceito de minimalismo na arquitetura em sua apresentação. Segundo a palestrante, na arquitetura minimalista os perfis são usados somente onde são necessários, sem excessos, com as esquadrias passando quase despercebidas – e os vidros que fazem parte desses conjuntos têm um papel fundamental para a amplitude visual dos espaços. Audrey negou a noção de que essa estética seja aplicável somente em projetos de alto padrão, apresentando como exemplo uma residência em São Paulo feita com R$ 150 mil de orçamento, vencedora da premiação internacional ArchDaily Building of the Year 2016.

 

cursos-e-eventos5Também houve palestras focadas especificamente no nosso material. O engenheiro Nilson Viana, coordenador de Mercado da Cebrace, discorreu sobre como escolher o vidro correto para conseguir o melhor conforto térmico e lumínico em um projeto de arquitetura. Segundo ele, o primeiro passo necessário para a especificação do material é entender o projeto em que ele será aplicado. Por isso, recomendou que os profissionais sempre peçam uma imagem ou render (um modelo gerado por computador) da edificação a ser construída, o que permitirá visualizá-la e identificar se a melhor solução está focada na estética ou no desempenho e se a obra terá aspecto visual mais refletivo ou neutro, entre outros pontos.

Para ilustrar o assunto, o palestrante mostrou obras com soluções diferenciadas com nosso material, como a necessidade de peças na cor bronze para o retrofit da fachada do Hotel Nacional (RJ); a aplicação de laminados mais transparentes em guarda-corpos para valorizar as curvas do C Design Hotel (RJ); e o uso de insulados feitos com vidros de controle solar combinados a brises (também envidraçados) na fachada principal do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Saint-Gobain (SP), a fim de oferecer máximo conforto térmico, acústico e lumínico no interior da edificação.

Outras palestras de destaque do evento foram a do engenheiro Rafael Calza, sócio-diretor e responsável técnico na DXMAX Resinas para Fixação, com orientações para evitar defeitos e falhas encontradas na aplicação de selantes nas esquadrias e fachadas (recomendando sempre o uso de produtos de silicone de cura neutra para essa atividade, por sua forte aderência, durabilidade e melhor desempenho de vedação); de Fernanda Krentkowski, sócia-administradora da Pádua Esquadrias e Vidros, que trouxe dicas para cativar arquitetos e aumentar suas vendas; e de Carlos Bedin e João Benites, da Aluforte, que comentaram sobre a fabricação de esquadrias dentro das normas técnicas.

Novidades no mercado
O 4º Simbrie também foi um espaço para descobrir novos produtos disponíveis no segmento nacional de esquadrias e os diferenciais que estes oferecem. O engenheiro Helio Donizetti, gerente-técnico da Perfil Alumínio, apresentou soluções da empresa voltadas para o minimalismo, como o sistema Grad Line para guarda-corpos: ele conta com vista frontal de apenas 25 mm, contra 38,1 mm de sistemas convencionais, além de suportar também envidraçamento de sacada. Donizetti explicou tecnicamente como esse sistema é montado, incluindo as indicações de vento presentes nas normas técnicas do produto.

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Após discorrer sobre a história e a evolução das esquadrias, André Martinho, sócio-diretor da Fise Componentes, exibiu sua janela oscilodeslizante, produto que conta com folhas de deslizamento vertical e molas nas laterais do sistema impedindo que elas caiam (risco presente nas antigas janelas guilhotina). Além disso, esses painéis também oscilam, contribuindo para a ventilação do ambiente e facilitando a limpeza de suas faces externas. Outro diferencial, de acordo com Martinho, é o desempenho acústico nível A do sistema, mesmo se os vidros aplicados nele tiverem apenas 6 mm de espessura.

 

cursos-e-eventos7Por sua vez, Jefferson Silva, gerente de Engenharia de Produto da Udinese, mostrou algumas das linhas da empresa e seus respectivos desempenhos acústicos. O destaque foi o Sophia Silence. Lançado este ano em parceria com a Perfil Alumínio, ele é capaz de proporcionar 41 dB de atenuação de ruídos. Por sua vez, a linha Massima consegue um isolamento de até 38 dB, tendo os kits de vedação usados em suas frestas como um dos fatores para esse resultado.

 

Créditos das imagens: Reprodução

Este texto foi originalmente publicado na edição 588 (dezembro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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