Vidroplano
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Como especificar pisos de vidro?

21/08/2018 - 11h02

Pisos envidraçados ganharam maior espaço na arquitetura nos últimos tempos, levando beleza estética e segurança para onde são instalados. Porém, como podem gerar certa dúvida na hora da especificação e instalação, a seção “Falando em Normas” deste mês conversou com especialistas para entender o que as normas técnicas vidreiras indicam para essa aplicação.

Em qual documento pesquisar?
Não existe uma norma específica sobre pisos, como reforça a analista de Normalização da Abravidro, Clélia Bassetto: “No entanto, eles são citados na NBR 7199 — Vidros na construção civil – Projeto, execução e aplicações, a principal norma de nosso setor, que faz referência à NBR 14697 — Vidro laminado”.

Qual vidro usar?
Devem ser usados laminados de segurança, podendo ser compostos por peças comuns ou temperadas. “Com isso, no caso de quebra, os fragmentos ficarão presos na camada intermediária, reduzindo o risco de lesões e impedindo que se criem aberturas nas peças de vidro provocadas pela ruptura”, explica José Carlos Alcon, consultor técnico da Kuraray South America.

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Definições essenciais
Escolher como será o projeto é a etapa mais importante, já que dela dependem a estrutura do nosso material (qual será a composição das camadas do laminado) e a forma de sustentação. Existem algumas formas de se instalar o vidro:

– Apoiado pelas bordas, com a ajuda de bases metálicas e calços de borracha. Dessa maneira, o material não encosta em superfícies duras propensas a provocar quebra. Os apoios não podem ser de materiais higroscópicos (que liberam umidade) ou que apodreçam;
– Engastado (preso por apenas um lado por encaixe ou furos);
– Parafusado ou com fixações pontuais, em dois ou mais lados da peça.

Atenção às cargas
Para determinar a espessura, é necessário levar em consideração todo o sistema (vidro, apoios e calços, tipo de interlayer) e não apenas nosso material.

Devem ser previstas todas as cargas que incidirão sobre o piso. É comum os envolvidos em um projeto ignorarem o fato de que poderá ser colocado, durante um tempo maior que o previsto, um peso muito além do imaginado sobre a aplicação.
Essa tarefa pode ser feita por meio de aplicativos ou softwares especializados, explica Alcon. “No caso de projetos mais complexos ou que exijam mais precisão nos resultados, como os sujeitos a grandes cargas, a ferramenta correta são programas de engenharia que utilizam o sistema de cálculo chamado Método dos Elementos Finitos.”
A deflexão do piso também é um parâmetro importante. O balanço e a curvatura causados por um projeto incompleto podem gerar problemas à estrutura e desconforto aos usuários.

Este texto foi originalmente publicado na edição 548 (agosto de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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