Vidroplano
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Confira o andamento da norma de esquadrias

23/03/2020 - 11h27

Na edição de janeiro de 2019, O Vidroplano apresentou nesta seção o desenvolvimento da parte 7 da norma NBR 10821 — Esquadrias para edificações. Desde então, os trabalhos da Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (CEE-191) avançaram bastante na elaboração dessa divisão, chamada Esquadrias externas — Métodos de ensaio para
fachadas em obra (in loco). A seguir, saiba quais são as mudanças mais recentes e a previsão para a publicação do documento.

 

A importância dos ensaios de campo
De acordo com Fabíola Rago, coordenadora da comissão, as discussões realizadas nas últimas reuniões – que contaram com a participação do Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37) – estão baseadas na metodologia dos ensaios de campo: o procedimento fornece um meio para determinar o desempenho de um produto uma vez aplicado no edifício.

Esse modo de avaliação dos sistemas deve ser feito a partir do momento em que a janela, claraboia, fachada ou portas forem instaladas e antes que o interior do edifício seja finalizado. Assim, é geralmente mais fácil verificar as superfícies interiores das esquadrias em relação à penetração da água e aos pontos dessa penetração.

A principal vantagem do ensaio está no fato de os erros de fabricação (ou de instalação) poderem ser facilmente identificados, além de permitir correções antes que as esquadrias sejam finalizadas – a essa altura, o custo de retrabalho pode ser muitas vezes maior.

A avaliação das esquadrias em campo também pode ser realizada quando o edifício já estiver em uso, para determinar se os problemas de vazamento relatados são resultado de falha dos conjuntos. Engenheira e diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (Ibelq), Fabíola explica que os ensaios de estanquidade à água descritos no texto base “têm a função de avaliar se a instalação da esquadria na obra foi realizada corretamente, conforme indicado pelo projeto”.

 

Ensaiando os sistemas móveis
Outro ponto abordado nas discussões é a metodologia para avaliação dos sistemas móveis, como os maxim-ar. Atualmente, ela cobre apenas as esquadrias externas fixas.

Estão previstos também ensaios a serem realizados em folhas móveis e fixas. No entanto, Fabíola ressalta: “Nessa parte da NBR 10821, os ensaios são apenas in loco, com as esquadrias já instaladas na obra. Portanto a metodologia nunca poderá ser comparada com a realizada em laboratório e descrita na Parte 3”. Para essas avaliações, o novo texto determina que uma câmara de ensaio provisória seja montada na obra, acoplada à esquadria a ser avaliada.

 

União pela normalização
A coordenadora da CEE-191 destaca ainda que o desenvolvimento dessa parte da norma tem contado com a participação de entidades como a Abravidro, Associação Brasileira das Indústrias de Portas e Janelas Padronizadas (Abraesp) e Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos no Estado de São Paulo (Siamfesp), bem como dos laboratórios que já realizam os ensaios para fachadas (incluindo alguns em obra) e de fabricantes de esquadrias. Um nome destacado por Fabíola é o de Yuri Alvim, da QMD Consultoria. “Como ele já utiliza a metodologia das normas americanas nos ensaios de obra, tem nos ajudado com a elaboração da versão brasileira”, aponta a coordenadora da comissão.

A finalização das discussões do texto base dessa parte da norma está prevista para este semestre. A consulta nacional, por sua vez, ficará provavelmente para o final do ano.
Este texto foi originalmente publicado na edição 567 (março de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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