Vidroplano
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Conheça os tipos e tolerâncias de empenamento em laminados

26/10/2023 - 11h43

Entre as atualizações presentes na norma ABNT NBR 14697 — Vidro laminado, publicada em fevereiro deste ano, estão os requisitos e métodos de avaliação do empenamento nesse tipo de vidro. A versão anterior do documento não continha informações referentes a esse tópico.

Nesta edição de O Vidroplano, o “Por dentro das normas” apresenta as variedades de empenamentos, bem como suas respectivas tolerâncias. Na próxima edição desta seção, serão abordados os métodos de avaliação para cada um deles.

Tipos
De acordo com a ABNT NBR 14697, as peças do vidro laminado estão sujeitas a:

1. Empenamento total: trata-se de uma flecha que a peça ou a chapa de vidro pode apresentar em função do seu processo de fabricação, tratamento térmico (no caso de peças temperadas ou termoendurecidas) e/ou processo de laminação, conforme ilustrado na figura a seguir:

empenamento1

2. Empenamento localizado: há duas formas para o surgimento dessa deformação:

a) Ondas de rolete (roller wave): podem ocorrer em distâncias relativamente curtas, no plano do vidro, causadas tanto no processo de fabricação do vidro como no tratamento térmico horizontal – nesse caso, a ondulação formada é caracterizada pela formação de picos e vales (ver figura a seguir);

empenamento2

b) Empenamento local: é causado por marcas de pinças e constituído por uma deformação pontual e localizada, oriunda do processo de tratamento térmico vertical. A figura abaixo representa esse tipo de empenamento.

empenamento3

3. Elevação de borda (dianteira e traseira): pode ser gerada no processo de tratamento térmico horizontal; portanto, só pode ser observada e medida em vidros laminados termicamente tratados (ver figura abaixo).

empenamento4

 

Tolerâncias para empenamento de peças acabadas de vidros laminados

empenamento5

Importante: a norma do laminado determina que o processador deve ser consultado nos casos de vidros termicamente tratados em formato quadrado, com ângulos menores que 90 graus ou serigrafados, uma vez que as tolerâncias apresentadas acima podem ser diferenciadas.

Atenção!

  • Os empenamentos total e localizado, bem como a elevação de borda (edge kink) do vidro termicamente tratado a ser usado na composição do laminado, têm maior relevância e maior necessidade de controle quando comparados com o vidro termicamente tratado monolítico. Isso ocorre porque, em geral, para o monolítico, essas características estão relacionadas apenas às distorções ópticas e aos efeitos estéticos do vidro; já no termicamente tratado a ser laminado, além de essas características poderem gerar distorções ópticas mais acentuadas (devido à sobreposição de duas ou mais lâminas do material), elas podem também contribuir para o surgimento de outros defeitos, como bolhas de ar e delaminações pós-instalação do sistema de envidraçamento;
  • Os vidros termicamente tratados que irão compor o laminado devem atender os requisitos das suas normas técnicas: ABNT NBR 14698 — Vidro temperado e ABNT NBR 16918 — Vidro termoendurecido;
  • A ABNT NBR 14697 recomenda, com o objetivo de evitar futura delaminação, que o processador tenha um cuidado maior quanto à disposição das chapas na montagem do laminado, de forma a assegurar o maior paralelismo possível entre os vidros.

 

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Este texto foi originalmente publicado na edição 610 (outubro de 2023) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Crédito da foto de abertura: Cris Martins



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