Vidroplano
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Em franca recuperação

21/09/2020 - 13h46

vp_domingos-set2020Mês a mês temos visto a trajetória de recuperação da atividade econômica e o bom desempenho da construção civil nesse movimento, o que tem garantido ao setor vidreiro  forte demanda por nossos produtos e serviços. Em São Paulo, por exemplo, a cidade está cheia de terrenos sendo preparados para receber novas obras, as incorporadoras de imóveis se movimentam e os resultados do setor imobiliário são animadores. Outros segmentos que consomem vidro, como as indústrias automotiva e de linha branca, também têm registrado números melhores, embora em ritmo mais lento.

Com o movimento aquecido, as fábricas não têm conseguido garantir a oferta do volume necessário ao mercado interno. Em conversas recentes com os representantes das usinas de base sobre os impactos do coronavírus até aqui e o que esperar dos próximos meses, a sensação geral é de que o pior já passou e a demanda deve se estabilizar em breve. Os fabricantes de float estão trabalhando para normalizar a oferta do mix de produtos, mas ainda não apresentaram uma solução efetiva. Em meio à restrição em algumas cores, dimensões e espessuras do material, as exportações voltaram a crescer e as importações seguem em baixo patamar, o que demonstra pouco empenho na priorização do mercado doméstico.

Outra má notícia é o novo anúncio de reajuste de preços do vidro plano, o terceiro deste ano, e com vigência imediata. O padrão, aliás, foi adotado por todas as usinas, bem como o índice de dois dígitos na correção dos valores. Alto custo do gás, desvalorização cambial — cada hora uma justificativa —, e assim nossa matéria-prima vai ficando cada dia mais cara. Depois de anos de destruição de valor na cadeia vidreira, a recuperação de valores que os fabricantes de float impõem ao mercado pesa no bolso de processadores, de vidraceiros e de toda a cadeia. Uma política comercial consistente e coerente seria mais assertiva e mais benéfica ao setor.

José Domingos Seixas
Presidente da Abravidro
seixas@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 573 (setembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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