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Globalização?

Rafael Ribeiro analisa possíveis efeitos das barreiras comerciais impostas pelos EUA a outros países
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Foto: Marcos Santos
Foto: Marcos Santos

Lembro que, no início dos anos 2000, a palavra “globalização” era a expressão da moda, utilizada para explicar as mudanças nas relações econômicas mundiais e seus efeitos.

Pois atualmente estamos experimentando os resultados da mais pura aplicação dessa palavra. Em razão das barreiras comerciais impostas inicialmente pelos Estados Unidos e, posteriormente, acompanhadas por outros países, observamos atentos aos eventuais efeitos causados ao mercado brasileiro: oportunidades e ameaças.

Muitas oportunidades estão surgindo, por exemplo, para o setor do agro, com a possibilidade de aumento de exportação de produtos para as nações em disputa comercial. Isso se torna muito positivo para nosso país, principalmente se as colheitas anuais obtiverem bom desempenho. Vamos torcer para que isso aconteça.

Da mesma maneira, muitas ameaças surgem para setores como o do vidro plano. Sabemos que os países asiáticos, entre outros, possuem enorme capacidade de produção de vidro float e vidros beneficiados, contando ainda com um custo interno minimizado, além de eventuais subsídios de fabricação à exportação. Se países consumidores de produtos dessa procedência “fecharem as portas” à importação, o Brasil se tornará um destino foco desses fabricantes devido às suas dimensões continentais e grande população.

As condições acima, somadas ao baixo consumo que estamos enfrentando nesse momento e às medidas de defesa comercial focadas apenas em nossa matéria-prima (antidumping e aumento na tarifa de importação do float), podem formar o pior cenário para o mercado vidreiro, e em especial para os vidros processados: concorrência desleal dos importados, excedente de produtos e ociosidade em nossas empresas.

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Mais uma vez, torna-se indispensável o olhar para dentro do negócio, identificando custos dispensáveis, aumento de produtividade e cautela. Ninguém consegue atender o mercado sozinho. Então, somente baixar preços não vai trazer negócios para dentro de sua empresa, pois os concorrentes sempre reagem.

Aqui na Abravidro estamos monitorando diariamente os indicadores do segmento e debatendo eventuais medidas de proteção ao mercado brasileiro com nossos pares associativos. Se a entrada excessiva de vidro float já era ruim, a importação de vidros processados é catastrófica.

Estamos agindo!

Rafael Ribeiro
Presidente da Abravidro
presidencia@abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 628 (abril de 2025) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

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