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Entenda como é feito o ensaio de resistência ao impacto em boxes de banheiro

19/03/2021 - 10h43

Boxes de banheiro devem receber apenas vidros de segurança (temperados com ou sem película de proteção e laminados). Por isso mesmo, o bem-estar do usuário é um fator essencial desse produto. Mas não basta especificar as peças corretas: antes de qualquer empresa poder comercializá-lo, é preciso que o produto seja aprovado nos ensaios estabelecidos na norma NBR 14207 — Boxes de banheiro fabricados com vidro de segurança. Um desses é o de resistência ao impacto – a seguir, saiba como ele é feito.

 

Aparelhos necessários
Saco cilíndrico de couro, com diâmetro de aproximadamente 250 mm e altura de 600 mm contendo no seu interior areia seca, pesando 40 kg;

– Sistema para sustentação do saco de couro, constituído por um suporte (com dimensão superior à altura do boxe) e um cabo de aço;

– Haste para verificação de diferença de cota, com, no mínimo, 1,5 m.

 

Preparação do ensaio
O primeiro passo é a instalação do boxe de banheiro em uma estrutura rígida, seguindo as instruções fornecidas pelo fabricante do sistema. Atenção: o ensaio só deve ser realizado após passadas mais de 24 horas da instalação.

O saco cilíndrico de couro deve ser posicionado para colidir com o centro da folha de vidro, estando em sua posição de repouso, a uma distância de 5 a 15 cm dela. O ensaio é realizado na porta do boxe (fechada) e no painel fixo de maior dimensão – no caso de boxes de canto com porta pivotante, a folha adjacente à folha móvel também deve ser ensaiada.

 

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Ensaiando o sistema
O saco cilíndrico de couro é suspenso do centro geométrico da folha de vidro do boxe até a altura prevista para a produção da energia necessária (veja quais a seguir). Depois, ele é solto para fazer um movimento pendular, de forma a atingir o boxe com as energias predeterminadas.

Os impactos devem ser aplicados no centro geométrico das folhas de vidro, sem repique, na seguinte ordem:

– Um impacto de 40 J (diferença de altura de 100 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de dentro para fora do boxe;

– Um impacto de 80 J (diferença de altura de 200 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de dentro para fora do boxe;

– Um impacto de 40 J (diferença de altura de 100 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de fora para dentro do boxe;

– Um impacto de 80 J (diferença de altura de 200 mm em relação ao centro geométrico da folha de vidro) no sentido de fora para dentro do boxe.

 

Requisitos para aprovação do boxe
Após cada impacto de 40 ou 80 J, o boxe precisa ser inspecionado visualmente. Devem ser verificados os esforços necessários para abertura e fechamento da porta. Utilizando-se um dinamômetro, aplicam-se três esforços de abertura e três de fechamento no puxador ou na posição equivalente. A média dos valores das três medições é o esforço necessário para movimentar a porta do boxe — isso não pode exceder a 50 N.

Após cada impacto:

– É proibido
1. Quebrar, soltar ou cair uma ou mais peças de vidro;
2. Quebrar ou soltar qualquer perfil estrutural;
3. Desprender um ou ambos os lados dos perfis superiores;
4. Quebrar ou soltar a roldana dos trilhos superiores, no caso de portas deslizantes;
5. Quebrar ou soltar a dobradiça da porta, no caso de portas pivotantes.

– É permitido
1. Quebrar ou soltar a guia inferior;
2. Soltar o perfil mata-junta.

Vale destacar que, mesmo sendo aprovado no ensaio, o boxe ainda está sujeito a desgastes e avarias que surgem com o tempo – por isso, é fundamental que o vidraceiro sempre entregue o manual ao consumidor no ato da instalação, para que ele tenha as informações sobre os cuidados que deve tomar com o produto e, principalmente, para conscientizá-lo sobre a importância da manutenção preventiva do sistema a cada 12 meses.

Este texto foi originalmente publicado na edição 579 (março de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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