Vidroplano
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Entenda a importância dos ensaios em temperados

19/11/2020 - 11h11

Os detalhes sobre os ensaios de empenamento e fragmentação do vidro temperado, previstos na norma NBR 14698 — Vidro temperado, foram apresentados nas páginas de O Vidroplano em janeiro e março deste ano. Mas você sabe por que é importante que as processadoras os realizem e registrem seus resultados? E com qual frequência devem ser feitos? Veja a seguir as respostas para essas e outras perguntas.

Avaliação de qualidade
O bom desempenho do temperado nesses testes é um indicativo da sua qualidade. “O ensaio de fragmentação garante que o processo de fabricação esteja bem ajustado, de forma a obtermos um produto que se fragmente em pedaços pequenos, menos cortantes, em caso de quebra”, explica Edweiss Silva, consultor da Abravidro para certificação do vidro temperado pelo Inmetro.

No ensaio de empenamento (ou planicidade), a verificação deve ser feita para garantir dois pontos muito importantes.

Primeiro para que a deformação causada por alguma variação do processo não venha a interferir na montagem; segundo para que o vidro não apresente distorções ópticas em excesso.

Em ambos os casos, os testes devem ser realizados na própria empresa, por pessoal treinado para a correta execução. Normalmente, o responsável pela têmpera (forneiro) é quem cuida dessa tarefa, afinal é ele quem deve saber se há necessidade de algum ajuste no processo de têmpera para garantir a qualidade exigida.

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Anotação dos resultados
Não basta realizar os ensaios: é preciso que seus resultados sejam devidamente anotados. “A grande importância desses registros é comprovar o controle satisfatório da fabricação e auxiliar os responsáveis na verificação dos diversos tipos de vidro produzidos no decorrer do dia”, observa Edweiss.

Isso pode ser feito de diferentes formas: anotações em formulário simples, registro via sistema informatizado ou até com a utilização de imagens digitais. Vale destacar que, embora nenhuma regulamentação determine esse controle, ter os resultados dos testes é uma segurança a mais. “Mesmo se a empresa não tiver a certificação dos temperados, entendemos que os registros são essenciais para possíveis casos de reclamações de clientes”, alerta o consultor.

Frequência das avaliações
A Portaria Inmetro nº 327/2007 determina que sejam realizados pelo menos uma vez por dia os ensaios de fragmentação e empenamento dos temperados, para comprovação de qualidade. Ela também exige que todos os testes de desempenho do produto (classificação de segurança, choque térmico, choque mecânico, fragmentação, dimensional, planicidade e visual) sejam realizados anualmente em laboratório acreditado pelo Inmetro.

Edweiss, porém, recomenda que as empresas realizem os ensaios no início de produção diária, e sempre considerando cada mudança de produto. “Dessa forma, a quantidade de testes será variável, pois depende da quantidade de diferentes produtos que a processadora venha a fabricar no mesmo dia. Por exemplo, se produzir temperados de 6, 8 e 10 mm, no mínimo três ensaios devem ser realizados e registrados, um para cada espessura.”

Dicas para a avaliação dos temperados
É recomendável que o resultado da contagem dos fragmentos esteja entre o mínimo e o máximo permitido. A norma exige um resultado de 40 a 100 fragmentos, sendo ideal 70. Dessa forma, mesmo que haja variações, pois nenhum processo é 100% estável, tem-se uma boa margem de segurança tanto para mais como para menos.

Sobre o ensaio de empenamento, Edweiss ressalta que a tolerância estabelecida pela NBR 14698 é o desvio máximo que o vidro temperado pode apresentar. O processador deve sempre levar em consideração a capacidade do seu processo e o projeto de cada cliente para entregar os vidros com o mínimo de empenamento possível.

Este texto foi originalmente publicado na edição 575 (novembro de 2020) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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