Vidroplano
Vidroplano

Soluções permitem projeção de imagens sobre vidros

19/02/2021 - 16h06

Como se vê na reportagem especial da presente edição de O Vidroplano (para lê-la, clique aqui), vidros e espelhos podem trazer uma série de benefícios a uma obra. E uma possibilidade não tão conhecida, mas também muito interessante, é o uso desses produtos como uma tela para projeção de imagens, unindo estética à modernidade.

Há diferentes formas para conseguir esse resultado. Sua vidraçaria já está familiarizada com alguma delas? A seguir, apresentamos as principais soluções disponíveis no mercado, como elas funcionam e como sua empresa pode incorporá-la ao catálogo de produtos.

Imagens em meio à transparência
Uma forma de se chegar a esse tipo de aplicação é empregando películas especiais sobre o vidro usado como divisória e lousa, por exemplo. A peça de vidro pode tanto estar em um canto do ambiente como no meio dele – nesse segundo caso, dependendo do tipo da película, é possível assistir à projeção nos dois lados.

Rayssa Navarro, CEO da Multpainel Lousas de Vidro, explica que essa solução pode ser utilizada em salas de aula e de reunião, bares, restaurantes e em qualquer outro espaço em que um telão seja bem-vindo. “A instalação de uma lousa desse tipo é comum: o único cuidado especial é com a superfície que leva a película, pois ela fica mais suscetível a arranhões, marcas etc., influenciando diretamente na qualidade da imagem”, acrescenta.

 

Lousa de vidro com película de projeção: solução pode ser utilizada em qualquer espaço em que um telão seja bem-vindo

Lousa de vidro com película de projeção: solução pode ser utilizada em qualquer espaço em que um telão seja bem-vindo

 

Segundo Rayssa, há três tipos de película para projeção, sendo todos importados:

- Cinza/branca: a opção mais comum nesse tipo de aplicação;

- Translúcida: permite a projeção nos dois lados do vidro (em vez de apenas na face voltada para o projetor), sendo muito utilizada em vitrines;

- De projeção e escrita: essa é a película de maior valor agregado entre as demais, pois, além de garantir boa projeção, também possui a característica de lousa, admitindo escrever e apagar nela sem deixar manchas ou resíduos.

A arquiteta Cristiane Schiavoni já utilizou essa solução em alguns de seus trabalhos. Um deles – uma divisória aplicada na varanda do apartamento de um cliente – foi apresentado na edição de junho de 2020 de O Vidroplano. “Nesse caso, a solução foi primordial para o sucesso do uso desse ambiente — a ideia era justamente fazer uma integração dessa varanda”, conta a arquiteta. “Assim, não faria sentido se a projeção de imagens ficasse em um dos cantos, pois o espaço é tão grande que, se eu colocasse a divisória em uma das paredes, quem estivesse do lado oposto não conseguiria visualizar a transmissão.”

Um ponto que o vidraceiro deve considerar é se vale mais a pena trabalhar diretamente com a colocação desse produto sobre o vidro ou comprar e revender a peça com a solução já agregada a ela. Rayssa, da Multpainel Lousas de Vidro, ressalta que a aplicação da película é bastante criteriosa, pois gera vincos e ondulações permanentes dependendo de seu manuseio. “Com a técnica necessária, é um grande valor agregado para as vidraçarias.”

 

para-sua-vidraçaria2

 

Espelho, espelho meu…
À primeira vista, os magic mirrors (espelhos mágicos) podem parecer comuns. Mas levam um sistema tecnológico acoplado para a emissão de imagens em suas superfícies refletivas. Dessa forma, podem passar de um espelho para um televisor com o toque de um botão. “Esses produtos são preparados individualmente em nossa empresa para cada projeto. Além da chapa de espelho propriamente dita, levam uma TV especial instalada na peça”, explica Alex Cereza, proprietário da It-Magic, comerciante dos itens desde 2010 no Brasil. Segundo ele, o sistema completo é fornecido diretamente ao cliente.

 

Magic mirror: quando ligado, produto passa de espelho para televisão

Magic mirror: quando ligado, produto passa de espelho para televisão

 

Ainda na área de projeção de imagens em superfície espelhada, outra possibilidade é a combinação de um televisor embutido com vidros refletivos. “Desenvolvi recentemente um projeto para um quarto em que haveria um armário na parede em frente à cama mas não teria espaço para a TV. Por isso, projetei a televisão para ser colocada na porta do armário, revestida com vidro refletivo, conta a designer de interiores Patrícia Kolanian Pasquini. “Dessa maneira, encontrei a solução perfeita de ter o armário, de que o cliente tanto precisava, sem abrir mão da televisão.” Patrícia destaca ainda que, hoje, as pessoas estão bem mais antenadas à tecnologia e gostam de ter algo diferente em casa.

 

para-sua-vidraçaria5

 

Telas que fornecem privacidade
Uma tecnologia que sempre chama atenção nas mostras voltadas para o setor vidreiro é a dos vidros privativos, formados por laminados com interlayer de cristal líquido (LCD): quando ativados por meio de corrente elétrica, eles mudam o estado da peça de translúcida para transparente, permitindo ao usuário conferir privacidade ou integração visual ao ambiente de acordo com a necessidade.

O que muita gente não sabe é que, quando “apagados” (ou seja, em estado translúcido), esses produtos também podem ser usados para projeção. É o caso, por exemplo, do Privacy Glass, da PKO do Brasil. Andreia Santana, especificadora técnica da empresa, detalha: “Ele pode servir como uma tela em branco, usada em conjunto com um projetor para levar a imagem até o vidro – a diferença é que a resolução da transmissão é melhor, por ser uma película de LCD”.

 

Privacy Glass, da PKO do Brasil: película de LCD do produto permite usá-lo também como uma tela em branco para a projeção de imagens

Privacy Glass, da PKO do Brasil: película de LCD do produto permite usá-lo também como uma tela em branco para a projeção de imagens

 

Os cuidados na instalação do Privacy Glass, de acordo com Andreia, são os mesmos de qualquer outro laminado. O produto não pode ser aplicado com borda exposta em ambientes úmidos e deve ter calço e folgas adequados. Além disso, por ser ativado por corrente elétrica, precisa de um ponto de eletricidade para ser ligado, o qual não deve ser compartilhado com outro equipamento eletrônico.

Avaliando custos
Seja qual for a escolha, é importante que o vidraceiro tenha em mente que ela não será barata na hora de apresentá-la ao cliente. Isso está ligado diretamente aos componentes de cada uma: “Os espelhos utilizados nos nossos produtos têm um custo maior do que o normal, pois são peças desenvolvidas especialmente para esse tipo de aplicação”, explica Alex Cereza, da It-Magic.

O vidraceiro precisa avaliar os custos das diferentes soluções e qual o mercado potencial dos produtos. Ele pode também conversar com os fabricantes para estudar a viabilidade de incluí-lo em seu portfólio. E, acima de tudo, precisa saber como vender os benefícios desses materiais. “No caso do Privacy Glass, por ser um vidro diferenciado que proporciona sofisticação ao ambiente, ele é uma solução interessante para empresas que vendem produtos de valor agregado e sabem o valor que ele tem”, destaca Andreia, da PKO.

 

Ambiente Atelier, de Patrícia Pasquini na Casa Cor SP 2014: entre seus destaques, um espelho inteligente com televisão embutida — só é possível perceber o aparelho quando está ligado

Ambiente Atelier, de Patrícia Pasquini na Casa Cor SP 2014: entre seus destaques, um espelho inteligente com televisão embutida — só é possível perceber o aparelho quando está ligado

 

Este texto foi originalmente publicado na edição 578 (fevereiro de 2021) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



Newsletter

Cadastre-se aqui para receber nossas newsletters