Vidroplano
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Escritório Baggio Schiavon Arquitetura fala sobre vidro

16/10/2019 - 15h43

Quem acompanha o setor de arquitetura deve se lembrar: nos primeiros anos desta década, profissionais do ramo alertavam para o fato de que prédios com conceitos sustentáveis seriam o futuro da construção civil. Fachadas envidraçadas que filtram o calor do Sol, sistemas de reaproveitamento de água, uso de placas fotovoltaicas para geração de eletricidade: isso tudo em breve faria parte das construções a serem erguidas no País.

Pois o futuro já chegou. E o escritório Baggio Schiavon Arquitetura, com sede em Curitiba, é um dos principais incentivadores desse tipo de estrutura, não só em edifícios comerciais, mas também residenciais. Nossa reportagem conversou com a equipe da empresa para entender os motivos de apostar em nosso material, além de analisar dois belos exemplos de edificações: o Mai Home e o Llum Batel, ambos também localizados na capital do Paraná.

Tecnologia que faz a diferença
Segundo a coordenadora de Projetos do escritório, Márcia Lissa Azuma, o avanço do setor vidreiro permite que as aplicações do material possam ir além do valor estético e formal. “Com o aumento da demanda por edifícios sustentáveis, os vidros de alto desempenho passaram a ser uma solução inteligente para as fachadas. A escolha certa proporciona conforto térmico, acústico e economia energética”, afirma. Também segundo sua percepção, ambientes com vidro trazem a sensação de amplitude do espaço, algo que vai ao encontro das ideias contemporâneas de design de interiores.

Então a tecnologia vidreira existente no Brasil atende as necessidades mais ousadas de arquitetos e engenheiros? “Cada vez mais os produtos avançam, fazendo com que os profissionais criem com maior liberdade. Aliado ao desenvolvimento da indústria de caixilhos, isso garante maior qualidade na vedação dos fechamentos e maiores possibilidades estéticas”, diz Márcia.

MaiHome2

Ficha técnica
Projeto: MAI Home
Local: Barigui, Curitiba
Conclusão: maio de 2017

Projetado para explorar as vistas panorâmicas do Parque Barigui e de um bosque com mais de 1.000 m², o MAI Home tem como conceito básico a interação com a natureza ao redor. Para isso, usa nas fachadas vidros de controle solar Silver 32 on clear em versões laminadas e insuladas (fornecidos pela Guardian e processados por GlassecViracon e Brazilglass), instalados em esquadrias de design minimalista da Alubauen. A combinação vidros+perfis garante mínima interferência estética e visual e ajuda a trazer maior eficiência energética e conforto térmico para a estrutura.

A obra, dividida em 28 pavimentos e apenas 32 apartamentos (todos já comercializados), inclui sistemas modernos como tratamento termoacústico nos pisos e paredes e piso aquecido por calefação. Ao todo, são mais de 16 mil m² de área construída.

 

Futuro envidraçado
Empreendimentos comerciais com fachadas totalmente de vidro são comuns em nossas cidades — vide as EZ Towers e o Rocheverá Corporate Towers, em São Paulo, ou o Hotel Nacional, no Rio de Janeiro. O que a Baggio Schiavon faz é aplicar esses conceitos em edifícios residenciais, algo pouco visto por aqui, mas já comum em países da Europa e no Japão. “A ideia de residências suspensas requer a sensação de conexão com o externo. O vidro, claro, cumpre bem essa função, com transparência e leveza”, comenta a coordenadora de Projetos.

É possível prever, então, que esse tipo de construção se tornará padrão em alguns anos? “A arquitetura busca criar espaços em que seus usuários possam vivenciar boas experiências”, responde Márcia. “As novas tecnologias e inovações dos materiais da construção civil são uma das formas de buscar a renovação. O vidro, por suas inúmeras qualidades, continuará sendo um dos principais elementos da arquitetura.”

Llum2

Ficha técnica
Projeto: Llum Batel
Local: Batel, Curitiba
Conclusão: julho de 2019

A palavra llum vem do catalão e significa “luz”. E o edifício faz jus a seu nome: suas fachadas, feitas com laminados de float incolor e do vidro de controle solar Light Blue 52 on clear (fornecidos pela Guardian e processados pela Blue Glass), remetem a um diamante lapidado e permitem farta entrada de iluminação natural nos apartamentos. O Llum Batel, segundo a Baggio Schiavon, tornou-se o primeiro edifício residencial do Brasil a conquistar a pré-certificação Leed Gold: é até 9% mais eficiente do que outras construções com padrão Leed, justamente pelo uso de vidros de alta performance. Para se chegar a esse resultado, o escritório trabalhou em conjunto com diversas consultorias (para fachadas, térmica e acústica, entre outras), utilizando softwares de simulação.

O edifício conta ainda com iluminação LED em todas as áreas comuns, painéis fotovoltaicos (que geram quase 10% da energia do condomínio) e sistema de tratamento de águas pluviais, além de chuveiros, torneiras e vasos sanitários com controle de vazão (reduzindo em até 30% o consumo de água).

Este texto foi originalmente publicado na edição 562 (outubro de 2019) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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