Vidroplano
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Investimentos à vista!

21/09/2018 - 10h49

Nem mesmo a incerteza política que envolve o Brasil impede o setor vidreiro de planejar investimentos. Os diretores-executivos da Cebrace, Leopoldo Castiella e Reinaldo Valu, revelaram durante entrevista exclusiva para Iara Bentes, editora de O Vidroplano, os próximos planos da usina para nosso país (veja o conteúdo na íntegra clicando aqui). A empresa, uma joint-venture entre Saint-Gobain e NSG/Pilkington, anunciou o início da fase de projetos de construção de seu sexto forno brasileiro de float, o C6, em Caçapava, interior de São Paulo. Foi prometido ainda um reparo no C2, localizado na mesma cidade, a ser realizado no começo de 2020.

Nova planta
A Cebrace chegou a anunciar o C6 em 2010. À época, a definição era de que o forno seria instalado em Camaçari (BA). De lá pra cá, a usina sempre comentou que aguardava o momento adequado para dar continuidade efetiva ao investimento — isso foi dito, inclusive, em seu discurso na abertura do Simpovidro 2015, quando se considerou até mesmo a ampliação da capacidade do C4, em Barra Velha (SC).

Segundo Castiella, a companhia pretende finalizar o projeto de engenharia da nova planta e conseguir as licenças ambientais para, assim que o mercado se estabilizar, iniciar a obra. “Obviamente, temos de confirmar as aprovações junto aos acionistas, mas queremos deixar tudo pronto para que a demora na implementação seja a menor possível”, explica. “Nenhum de nós consegue precisar o momento disso, mas estaremos preparados para a retomada do setor”, comenta Valu.

Na Argentina
A Vidriería Argentina S. A. (Vasa), subsidiária da NSG/Pilkington, terá um novo forno de float no município de Exaltación de La Cruz, Estado de Buenos Aires. A obra deverá custar cerca de US$ 200 milhões.

O projeto vai ao encontro do aumento da demanda por vidros arquitetônicos e automotivos naquele país, mesmo com a crise econômica que se aprofunda por lá.

Com capacidade para a fabricação de 890 t/dia, a planta começará a operar no início de 2020, tendo como objetivo atender ainda os mercados do Paraguai, Uruguai e Bolívia. “Também possuímos centros de distribuição nesses países e realizamos um trabalho importante de introdução de produtos com valor agregado. Nós temos um olhar regional, não apenas para a Cebrace. Procuramos entender um pouco como vai ser o movimento de capacidade, de demanda, para os próximos dez ou quinze anos”, explica Castiella. Segundo o grupo, o investimento faz parte de uma estratégia que pretende assegurar o abastecimento estável de vidro na América do Sul, além de ajudar no fornecimento para o Brasil durante o período de reforma do C2.

Injeção no mercado
Para Castiella, as notícias vão preparar a região e o Brasil para a retomada de crescimento. “Iremos estabilizar e dar mais fôlego para nossa capacidade de produção”, afirma. “Os três últimos anos foram muito difíceis”, analisa Valu. “E não dá pra falar que 2018 é um período de retomada. Estamos visualizando um crescimento a médio prazo e, na hora em que isso ocorrer, a Cebrace precisa estar pronta.”

Este texto foi originalmente publicado na edição 549 (setembro de 2018) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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