Após um período de crescimento em 2024, a construção civil brasileira demonstra sinais de arrefecimento em 2025, embora mantenha a trajetória de expansão. Segundo a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), dados recentes do Produto Interno Bruto (PIB) do setor indicam retração trimestral de 0,8% no primeiro trimestre. Contudo, a análise interanual revela crescimento de 3,4%, sugerindo uma desaceleração, mas não uma reversão completa do ciclo positivo.
Em artigo publicado na seção “Em Foco”, do Boletim Macro FGV Ibre de junho deste ano (leia aqui), Ana Maria explica que indicadores como a produção e o varejo de materiais de construção também apontam para uma moderação, enquanto o consumo de cimento e o emprego no setor, impulsionados pela construção informal e reformas residenciais, permanecem em alta.
O programa “Minha Casa Minha Vida” e o mercado imobiliário residencial continuam sendo pilares importantes para o setor, com lançamentos e vendas em crescimento. No entanto, o segmento de média renda enfrenta dificuldades de crédito, e o financiamento à produção imobiliária para empresas registrou uma queda expressiva de 49% nos primeiros meses deste ano, o que pode impactar a execução de novos projetos. Em contraste, as perspectivas para a infraestrutura são otimistas, com projeção de crescimento de 11% nos investimentos em 2025