Vidroplano
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Pesquisa da AGC revela setor com mais de 30% de ociosidade

12/05/2020 - 19h21

Nesta terça-feira, 12, a série “Abravidro Entrevista” contou com executivos da AGC como convidados na live (transmissão ao vivo) que ocorreu no perfil do Instagram da entidade. O presidente da associação José Domingos Seixas e superintendente Iara Bentes conversaram com Isidoro Lopes, diretor-geral de Vidros para Construção Civil e Indústria para a América Latina; Fabio Oliveira, presidente e diretor-geral de Finanças e Negócios na América do Sul; e Franco Faldini, diretor de Vendas e Marketing na América do Sul. Além de responderem perguntas feitas por Iara, mediadora do bate-papo, os profissionais da usina também tiraram dúvidas dos espectadores. A entrevista pode ser vista na íntegra aqui.

 

Pesquisa com setor
Em abril, a empresa fez uma grande pesquisa com clientes a respeito dos impactos da pandemia do novo coronavírus. Alguns dados de destaque, revelados por Franco Faldini:
• Mais de 70% relataram estar trabalhando com 30% ou mais de ociosidade – esse número é maior no Paraná e Rio de Janeiro;
• 40% ainda não aderiram às medidas de manutenção de empregos e acesso a crédito elaboradas pelo governo federal para auxílio das empresas;
• 27% afirmaram que terão redução de mais de 25% em seus quadros de funcionários – os setores de linha branca e de vidro blindado para automóveis são os que mais vão sofrer com o corte de empregos. Em relação aos Estados, os mais afetados serão Rio de Janeiro e São Paulo;
• A falta de vendas é a principal dificuldade do momento, sendo apontada por 90% das empresas que participaram da pesquisa. A queda no fluxo de caixa ficou na segunda posição;
• 70% acham que a retomada das atividades econômicas pode acontecer em menos de seis; 20% acredita que será de seis meses a um ano; 10% já são mais pessimistas, achando que vai demorar mais de um ano para voltarmos aos níveis de antes da pandemia.

 

Como a empresa está atuando
Segundo Fabio Oliveira, a prioridade da AGC é o bem-estar, a saúde e a segurança dos colaboradores e de seus familiares. “Logo no início da crise, adotamos protocolos rigorosos: isolamos as pessoas dos grupos de risco, tiramos da fábrica os jovens aprendizes e estagiários, e colocamos o maior número de pessoas possível em trabalho remoto”, explica. “É uma fase de adaptação, mas está sendo um sucesso. Vejo com bons olhos a possibilidade de seguir com o home office em certas tarefas, já que isso também trouxe produtividade.”

Como a expedição de vidros não parou, foram colocados aparatos de higiene e adotados procedimentos de distanciamento social nas instalações de sua fábrica em Guaratinguetá (SP), onde se localizam seus dois fornos. A empresa afirmou também que está trabalhando sob as regras de MP 936/2020, publicada pelo governo federal em 1º de abril. Com isso, alguns funcionários puderam entrar em férias coletivas. Houve ainda redução de jornada e suspensão de contratos.

 

Estratégia de negócios
Isidoro Lopes explicou a estratégia para manter os fornos operando com pouca demanda. “Temos um forno novo, com um ano de vida, praticamente um bebê, e precisamos tomar todo o cuidado pra garantir sua longevidade e produtividade, principalmente por conta de sua tecnologia avançada”, comenta. No momento, um dos fornos opera em capacidade máxima, enquanto o produz quando necessário. “Antecipamos manutenções preventivas, sempre mantendo a preocupação técnica. Enquanto os clientes estiverem em operação, vamos servi-los. Afinal, não podemos parar de produzir, pois essa é uma atividade essencial, segundo o governo.”

 

Panorama do mercado
Franco Faldini revelou que a usina teve queda de faturamento acima dos 20% ao longo da pandemia. “Para maio, estamos monitorando dia a dia. Estimamos que chegue na mesma faixa. Mas antes do fim do mês realmente não teremos ideia”, afirma.

Para Isidoro Lopes, o momento é de dar o suporte necessário aos clientes. “Precisamos de responsabilidade e coerência, evitando medidas que desvalorizem os produtos”, analisa. Entre as ações tomadas para oferecer esse suporte, está a entrega de cartilhas com informações gerais sobre a atual situação do setor, incluindo detalhes sobre obtenção de crédito, entre outros assuntos.

“A cadeia toda está extremamente vulnerável”, reflete Franco. “Pensando sem dúvida no poder econômico, o vidraceiro tem maior vulnerabilidade. Mas, por outro lado, sua estrutura é menor que uma têmpera, por exemplo.”

 

Retomada
Se preparar para o retorno dos negócios não tem uma receita pronta, comenta Isidoro: “Temos um plano de retomada, baseado nas plantas do grupo em outros países, que estão numa fase mais avançada da pandemia. Mas o combate ao vírus leva tempo. Teremos de tomar cuidado com a segunda onda de infecção, pois se relaxar demais os casos começam a subir novamente. Precisamos colocar isso em nossos planejamentos, até uma vacina estar disponível. Não vamos deixar de usar máscara e protocolos de saúde em curto prazo”. Por isso, a usina aposta na necessidade de reduzir custos e melhorar produtividade para atender demandas com rapidez.

Em relação a outro assunto que deverá ter uma solução nos próximos – a renovação do direito antidumping aplicado às importações de float incolor de Arábia Saudita, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e México –, Fabio Oliveira se diz otimista. “Tudo indica que o processo está se movendo bem. Acreditamos que o direito seja renovado para todas as origens que já estão na medida atualmente”, afirma.

 

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