Flávio Málaga ensina cuidados na gestão financeira no 16º Simpovidro
01/11/2024 - 11h28
A grade de palestras do 16º Simpovidro teve início na manhã de hoje (1º). A programação do dia foi aberta por Flávio Málaga, sócio-fundador da assessoria Málaga|AAS, cuja apresentação teve o tema Governança financeira nas empresas vidreiras.
Málaga iniciou sua fala apresentando um pouco sobre sua trajetória profissional: em 2008, o PhD e mestre em finanças assumiu a gestão da empresa de sua família, de origem espanhola, uma indústria de transformação que atua no segmento de embalagens, conduzindo sua reestruturação; em 2015, ela foi vendida para uma empresa japonesa. Desde 2018, atua como consultor e professor do Insper.
Estimativas para 2025
Em seguida, o palestrante fez uma breve passagem pelas perspectivas econômicas, prevendo taxas de juros elevadas e a economia caminhando de lado, sem grandes crescimentos: “Quando um país passa por estagnação econômica ou crescimento pequeno, o preço começa a ser um diferencial, com dificuldade na geração de vantagens competitivas. Isso gera a dúvida nos empresários: vale a pena, o meu negócio é bom?”, apontou Málaga.
O sócio-fundador da Málaga|AAS aconselhou o público do 16º Simpovidro a não esperar por milagres e empurrões macroeconômicos, estimando que a dinâmica será a mesma dos últimos anos: uma reforma tributária que pode não mudar muito o cenário, confusão política e instabilidade fiscal.
Cuidando das finanças do seu negócio
Ao entrar no tema da governança financeira nas empresas vidreiras, Málaga explicou que, embora o objetivo de qualquer empresa seja prosperar, cada pessoa define essa prosperidade de uma forma. Mas ressaltou: “Agora, quando falamos em finanças, é possível definir que prosperidade é gerar valor”.
Traçando um paralelo com os negócios do nosso setor, em que muitas companhias são comandadas pelas famílias que as fundaram, o palestrante citou exemplos de empresas familiares como a Weg – que, desde 2015, teve um amplo ganho de valor de mercado –, e a Renner – que teve crescimento grande até 2020 e hoje perdeu valor. A Saint-Gobain também foi citada: ela teve um grande crescimento de seu valor na bolsa nos últimos dois anos.
Em seguida, repassou alguns conceitos contábeis, explicando seus fundamentos, como as definições de valor e valor relativo, a fim de identificar quanto pode valer o seu negócio – nesse sentido, Málaga apontou que a empresa mais próspera, capaz de gerar mais valor, vale mais, e orientou os espectadores a buscar gerar valor por meio de decisões operacionais de investimentos do financiamento que permitam melhorar seu modelo competitivo, entregar uma rentabilidade sobre o capital acima do custo de capital e destravar o crescimento.
“A inteligência financeira ou a cultura financeira não garantem o sucesso da empresa, mas são condições necessárias e observadas naquelas que conseguem prosperar, obter êxito financeiro e gerar valor”, enfatizou.
Valorizando a empresa para gerar valor
A palestra também listou as principais causas de estresse financeiro nas empresas, destacando entre elas a presença de um modelo de negócios sem vantagens competitivas. Segundo Málaga, o valor está no centro de um triângulo que envolve três vértices: rentabilidade, geração de caixa e risco financeiro.
Dessa forma, o palestrante concluiu sua apresentação alertando que a geração do lucro depende da capacidade de agregar valor ao produto ou serviço e do modelo de negócios: quanto mais robusto esse modelo for, maior será o lucro gerado. “Estruture o seu painel de instrumentos e use-o na orientação das suas decisões para ter ciência de sua trajetória; quanto mais competitivo o segmento, mais relevante é a gestão financeira”.
Foto: Marcos Santos e Andreia Naomi
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