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Abravidro Entrevista: Guardian foca no valor agregado

14/07/2020 - 12h01

A 4ª edição da série Abravidro Entrevista, com as usinas de base do setor vidreiro, foi realizada ontem, segunda-feira, 13. José Domingos Seixas, presidente da Abravidro, e Iara Bentes, superintendente da associação, conversaram com Renato Poty, que assumiu este ano o posto de country manager da Guardian; Renato Sivieri, head de Marketing e Vendas, e Viviane Sequetin, gerente de Marketing da usina.

Poty observou que assumiu o comando da Guardian no Brasil em um momento não muito fácil, em plena pandemia da Covid-19. Apesar disso, considera que o período também traz oportunidades para repensar e adaptar os negócios.

“Uma das nossas principais preocupações foi cuidar da saúde dos nossos colaboradores, porque são eles que movem a empresa”, declarou. “Também interrompemos a produção dos fornos no começo da pandemia, deixando-os em modo de reciclagem, mas garantimos que haveria estoque suficiente para atender a demanda e retomamos gradualmente a operação, observando todos os protocolos de segurança.”

 

Planos em modo de espera
Segundo Sivieri, a Guardian precisou “segurar” o desenvolvimento de novos produtos durante esse período, bem como controlar os investimentos em marketing. “Antes da pandemia, nossa expectativa era positiva; março foi um mês bastante aquecido para o mercado vidreiro”.

Os planos da usina no Brasil não foram abandonados, mas postergados em alguns meses. “Há expectativas muito boas de retomada para o segundo semestre do ano. Nosso setor mostrou grande capacidade de adaptação e transformação”, disse Sivieri, apontando o aumento em trabalhos de retrofit e pequenas reformas autogeridas.

Viviane acrescentou que os diferentes segmentos da construção civil (residencial, comercial, interiores etc.), vem reagindo de uma forma ao cenário atual, com destaque para o crescimento mais rápido na área de interiores.

 

Aproximação online
A gerente de Marketing da Guardian também afirmou que a usina sempre esteve focada em iniciativas que geram valor para toda a cadeia vidreira e contribuem para dividir conhecimentos com o público. Em tempos de pandemia, essas ações vieram principalmente com a organização de treinamentos online por meio de lives e webinars, e a criação do Plantão Guardian, para orientação dos clientes junto à equipe técnica da empresa, além de divulgar informações sobre as principais obras em andamento para gerar oportunidades de negócios.

“Também estamos empenhados em melhorar a experiência nos canais digitais, oferecendo uma interface melhor para o consumidor dentro do site. Hoje, especialmente com a tendência de crescimento do regime home office, deveremos ter cada vez mais iniciativas nesse sentido”, explicou Viviane.

Por sua vez, Sivieri destacou que a Guardian procurou dobrar seu senso de urgência no atendimento aos telefonemas e e-mails de clientes, buscando entender o que cria mais valor para cada um. “Fico feliz em observar uma resposta por parte deles indicando que houve melhora na nossa área comercial”, comentou. “Estamos constantemente buscando aumentar a qualidade dos nossos serviços.”

 

Impactos na empresa
Embora a recuperação do mercado já esteja acontecendo, Poty disse que é importante lembrar que ainda estamos vivendo um momento de pandemia, cujos rumos ainda são imprevisíveis. Com isso, as empresas vão precisar aprender a trabalhar e conviver nessa nova realidade.

O country manager da Guardian também falou da experiência da Koch, grupo com negócios em diversas áreas, do qual a usina vidreira faz parte. “Como cada negócio foi impactado de uma forma, temos utilizado essas informações como aprendizado para aplicar nas nossas unidades”, declarou. “Ainda há muita incerteza, mas acho que esse mercado tem tudo para continuar se desenvolvendo e criando valor, desde que haja disciplina.”

 

Valorização do valor agregado
Para Sivieri, é necessário buscar uma venda mais criativa para que o setor consiga resultados mais positivos. “O mercado aprendeu que ter volume a qualquer custo não vale a pena. Este ano, estamos buscando vendas menos volumosas e mais ricas, isto é, com foco nos produtos de valor agregado, incentivando o consumo de vidros refletivos.”

O consumo de vidros de alto desempenho no Brasil, na visão do head de Marketing e Vendas, ainda está muito aquém do desejado, em comparação a outros países no mundo — ainda há muito trabalho de educação sobre esses produtos junto à sociedade, para levá-los a pessoas fora da área do nosso material. Esse também seria o caso dos vidros insulados, que trazem não só conforto térmico, mas também a atenuação acústica nos ambientes, mostrando-se assim bastante vantajosos para novas obras.

Por outro lado, comentou Sivieri, a queda de venda de espelho vista em 2019, conforme apontada no Panorama Abravidro 2020, não se registrou na Guardian, cujo produto continuou tendo bons resultados no mercado.

 

Das feiras ao dumping
Sobre a situação da manutenção ou finalização das medidas antidumping no Brasil para a importação de vidros float, Poty afirmou que tem acompanhado o processo de perto por meio da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro).

Já em relação a eventos vidreiros como a Glasstec, cuja edição deste ano foi transferida para 2021, Sivieri disse acreditar que, mesmo com as mudanças trazidas pela pandemia na organização social, essas feiras devem continuar sendo oportunidades únicas de troca de conhecimentos e contatos entre todos os elos da nossa cadeia. “Essa experiência deve seguir se reinventando e continuará sendo importante..””

 

 

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