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Sede da Apple ganha escultura de vidro

Mirage tem quatrocentas colunas de vidro moldado com areia de diferentes desertos do mundo
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Sede da Apple ganha escultura de vidro

A ligação da gigante de tecnologia Apple com nosso material vem de longa data. As icônicas lojas da marca, em formato de cubo, revolucionaram o uso do vidro estrutural ao redor do planeta. Em 2018, a empresa inaugurou sua sede, chamada de Apple Park, na cidade de Cupertino, Califórnia (EUA), usando panos gigantescos de vidro curvo – fizemos uma reportagem sobre a obra na edição de janeiro de 2018 de O Vidroplano. Ano passado, mais um passo foi dado para estreitar ainda mais essa parceria vencedora: inaugurou-se a escultura Mirage, produzida com vidro moldado de diferentes cores e texturas.

 

Uma obra global
Produzida pela artista plástica escocesa Katie Paterson em parceria com o escritório de arquitetura Zeller & Moye (fundado pelo alemão Christoph Zeller e pela mexicana Ingrid Moye), a Mirage está localizada em uma colina no espaço público do Apple Park, em meio a oliveiras, próximo ao centro de visitantes. Com 209 m² de área, tem quatrocentas colunas de vidro moldado, cada uma com 2 m de altura.

O diferencial está no conceito do projeto: os vidros foram feitos com areia coletada em diferentes desertos do mundo. “A areia, tão onipresente em toda a Terra, é um marcador do tempo”, comenta Katie Paterson. “Nossa esperança é que a Mirage crie uma experiência sensorial que desperte a imaginação, conecte os visitantes à vastidão do planeta e à sua preciosa natureza selvagem.”

 

Foto: Iwan Baan
Foto: Iwan Baan

 

Produção
A areia utilizada foi recolhida de forma sustentável, com a ajuda de geólogos, das comunidades de regiões desérticas e até mesmo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Especialistas do setor vidreiro e cientistas de materiais prepararam receitas únicas para cada tipo de areia, combinando métodos atuais e modernos de produção em larga escala a técnicas surgidas lá atrás, na origem da fabricação do vidro.

O resultado de toda essa preparação pode ser visto nas variações nas cores e texturas das peças finalizadas, o que altera a percepção do observador da escultura: de dia, sua superfície reflete diferentes tons da luz; à noite, ela brilha suavemente. “A escultura se desdobra peça por peça, por meio dessa mudança gradual de cor e consistência do material”, explica Christoph Zeller.

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Foto: Iwan Baan
Foto: Iwan Baan

 

Em sintonia
De acordo com os criadores da obra, a experiência de observar a luz passar pelas peças envidraçadas se torna uma espécie de meditação, criando um momento de pausa, de desaceleração, para entrar em sintonia com a imensidão de nosso planeta. “A composição espacial da Mirage cria um inesperado local de encontro social e contemplativo para visitantes e funcionários relaxarem, deitarem na grama, fazerem um piquenique ou brincarem”, destaca Ingrid Moye.

 

Visão geral do gigante Apple Park, com a Mirage aparecendo no canto inferior direito (Foto: Hunter Kerhart)
Visão geral do gigante Apple Park, com a Mirage aparecendo no canto inferior direito (Foto: Hunter Kerhart)

 

Ficha técnica
Projeto: Mirage
Local: Cupertino, Califórnia (EUA)
Conclusão da obra: maio de 2023
Arquitetura: Zeller & Moye
Artista: Katie Paterson
Fabricante do vidro: John Lewis Glass, Inc.

Este texto foi originalmente publicado na edição 614 (fevereiro de 2024) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

Foto de abertura: Iwan Baan