Na noite de ontem, quinta-feira (9), o presidente da Abravidro, Rafael Ribeiro, participou de uma mesa-redonda no 8º Simpósio Brasileiro da Indústria de Esquadrias (Simbrie), evento do qual a entidade foi apoiadora. O debate teve como tema Painel associativista: como preparar sua fábrica para crescer mesmo com a carência de mão de obra qualificada e contou ainda com a presença dos presidentes da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Filipe Gattera, e da Associação Brasileira dos Fabricantes de Sistemas, Perfis, Componentes e Esquadrias de PVC (Aspec PVC), Eduardo Rosa.
Com mediação de Alexandre Araújo, idealizador do evento e criador do Canal do Serralheiro, a conversa abordou ações para a qualificação do setor de esquadrias a partir da disseminação de conhecimento técnico – passando pelo investimento em tecnologias para o processo fabril.
Nesse sentido, a cadeia vidreira também tem relevância, já que falar de esquadrias é também falar de vidros. “Mais do que profissionais qualificados, temos uma demanda de pessoas. Com a mudança nas profissionais e nas formas de renda, muita gente foi para o trabalho autônomo, saindo do regime da CLT, que é como atua a indústria”, analisou Rafael Ribeiro. “Para resolver isso, precisamos de uma gestão de pessoas e de salários”. Por isso mesmo, oferecer formação técnica é vital para manter o segmento girando. “A Abravidro conta, entre outras iniciativas, com o Educavidro, plataforma de ensino a distância com trilhas para perfis profissionais, incluindo os vidraceiros”, explicou Ribeiro.
Rafael Ribeiro comentou ainda o perigo gerado pelas importações para o mercado nacional: “Precisamos gerar riqueza interna para nossos setores. Importar é levar essa riqueza para fora. Hoje, você está comprando um produto – mas quem disse que, por exemplo, mercados estrangeiros não consigam inventar uma solução completa, para ser montada pelas construtoras, acabando com o serviço da fábrica de esquadria, do serralheiro? É preciso ter cuidado.”
Segundo Filipe Gattera, da Afeal, não adianta investir em pessoal sem pensar na produção: “O fabricante tem de ter uma visão voltada para a adequação de sua linha fabril, com sistemas que realmente entreguem desempenho. Uma janela de qualidade passa por isso”. Para Eduardo Rosa, da Aspec PVC, mais do que debater sobre o tipo de matéria-prima de um perfil, é importante o incentivo ao trabalho dentro das normas técnicas da ABNT: “Nossa entidade e a Afeal, apesar de tratarmos de materiais diferentes, não somos concorrentes: somos parceiros no combate à não conformidade. A parte comercial fica para as empresas trabalharem”.