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Vivix anuncia construção de 2ª planta em Pernambuco

Novo forno da empresa está previsto para entrar em operação em 2025
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Vivix anuncia construção de 2ª planta em Pernambuco

Em evento realizado no dia 27 de junho, no Palácio do Governo do Estado de Pernambuco, a Vivix anunciou a construção de sua 2ª linha de produção, a ser construída no município de Goiana (PE) ao lado de sua atual planta. Com investimento de R$ 1,3 bilhão, o novo forno da usina terá capacidade de produção de mil t por dia – isso fará dele o maior em operação no Brasil.

São estimados cerca de 4 mil empregos criados durante as obras. Juntas, as duas plantas da Vivix devem gerar cerca de 600 vagas diretas e 2.400 indiretas. A expectativa é de que a nova unidade esteja em plena operação no segundo semestre de 2025.

Momento certo…
Henrique Lisboa, presidente da Vivix, conta que a empresa já planejava o 2º forno desde a inauguração do 1º – por isso mesmo, a área em que a usina está instalada em Goiana já tinha um espaço reservado para a futura construção. O projeto deveria ter começado em 2015/2017. Porém, foi adiado devido a fatores como a crise vivenciada pelo setor da construção civil no País naquele período, o anúncio da construção do forno da AGC e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19.

“Essa planta sempre foi o plano da Vivix, mas era preciso esperar o momento certo. Todo esse processo foi muito bem planejado”, destacou Lisboa em entrevista para Iara Bentes, editora de O Vidroplano. O executivo relembra que a empresa faz parte do Grupo Cornélio Brennand, uma companhia que pensa a longo prazo, e isso se reflete na responsabilidade e segurança do planejamento para a nova fábrica.

…no lugar certo
Embora a Vivix já contasse com um espaço reservado em Goiana para a construção de seu segundo forno, havia a expectativa de que a nova unidade da empresa pudesse ser instalada na Região Sudeste – afinal, segundo Lisboa, cerca de metade das vendas da usina vai para fora das regiões Norte e Nordeste.

A escolha por Goiana, de acordo com o dirigente da Vivix, se deu por um conjunto de fatores. “A sinergia entre as duas plantas é muito poderosa, em termos de estrutura, conhecimentos técnicos e reduções que se podem ter em relação a despesas e gastos – não é à toa que na maior parte do mundo se faz esse tipo de investimento conjuntamente”, explica. “O apoio do governo do Estado de Pernambuco também é importante, e há ainda a proximidade de uma mina a cerca de 8 km que fornece parte dos principais minérios para produzir vidro plano, o que acaba sendo uma das vantagens competitivas da Vivix em relação aos nossos concorrentes.”

Assim, considerou-se que a combinação de todos esses fatores torna a presença do novo forno em Pernambuco mais atrativa do que seria no Sudeste. Apesar disso, como espera-se que a maior parte da produção dessa futura unidade será vendida para fora do Nordeste, a Vivix adotará um centro de distribuição permanente, possivelmente em São Paulo, para atender outras regiões do Brasil.

Foto: Felipe Feca
Foto: Felipe Feca

 

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Crescimento no mercado brasileiro
Com o novo forno, a Vivix eventualmente ampliará sua capacidade para 1.900 t/dia – embora estime-se que a produção do novo forno será de 850 a 900 t num primeiro momento – e se transformará na 2ª maior fabricante de float do mercado nacional. Para Lisboa, isso consolida o caminho da empresa para ser um player cada vez mais relevante para toda a cadeia vidreira do Brasil. “Nós trabalhamos e nos preparamos para esse crescimento. A estratégia é trabalhar cada vez mais conjuntamente integrados com os demais elos. Para a Vivix ter sucesso, é preciso que processadores e vidraceiros também tenham.”

De olho no fotovoltaico…
Além do float incolor, o novo forno produzirá também chapas extra clear, pois, segundo a usina, a demanda por esse produto deve crescer nos próximos anos. Ainda sobre o extra clear, Lisboa destaca que o novo forno foi projetado para que a qualidade desse vidro atenda os padrões necessários para uso em módulos fotovoltaicos. “Acreditamos que esse é um mercado em desenvolvimento no Brasil pelos próximos anos. As indústrias de energia solar e eólica estão em crescimento na Região Nordeste, e já há empresas pensando em se instalar aqui para a produção de painéis solares. Então, esse é um mercado que vai entrar na mira dos produtores de vidros planos.”

…na sustentabilidade…
Com relação à tendência mundial de redução da emissão de gases de efeito estufa pelas indústrias na atmosfera, rumo ao “carbono zero”, Lisboa afirma que a Vivix planeja adotar energias mais limpas ou renováveis conforme a possibilidade de aplicação delas for avançando. Nesse sentido, o novo forno já está sendo preparado para uso parcial de biogás e hidrogênio. “Acho que todas as empresas, não apenas a nossa, devem evoluir para essas fontes nos próximos anos”, avalia Lisboa.

…e no futuro
O Panorama Abravidro 2022 mostrou que houve pequena queda na produção de float em 2021, embora o faturamento das empresas tenha aumentado. Este ano, as edições mensais do Termômetro Abravidro indicam que o volume de vendas faturadas em m² de vidros processados em 2022 ficou abaixo do nível de dezembro de 2021.

Os números poderiam indicar um momento ruim para o anúncio de uma nova planta – contudo, a Vivix estima um crescimento de 5% a 6% para o setor nos próximos anos. “De fato, este ano de 2022 está menos aquecido do que todos nós esperávamos, mas precisamos olhar para o médio e longo prazos, visando a equilibrar a oferta e a demanda”, justifica Lisboa.

Este texto foi originalmente publicado na edição 595 (julho de 2022) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.

 

Crédito da foto de abertura: Felipe Feca