A Abravidro realizou hoje (31) o treinamento Conformidade técnica em projetos com vidros na construção civil, para arquitetos e engenheiros do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP), responsáveis por obras e manutenções nas unidades do órgão. A atividade, em formato online, trouxe uma palestra de Vera Andrade, coordenadora técnica da Abravidro, com foco nas alterações na principal norma técnica nacional para a aplicação do vidro na construção civil, a ABNT NBR 7199 – Aplicações de vidros na construção civil – Requisitos, atualizada em junho deste ano (acesse a norma gratuitamente).
O convite para essa iniciativa surgiu após uma reunião realizada em agosto com a área de Engenharia do Senai-SP, a pedido do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento e Transformação de Vidros e Cristais Planos do Estado de São Paulo (Sinbevidros), com participação da Abravidro.
Programação
Iara Bentes, superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, iniciou as atividades fazendo uma apresentação institucional da entidade e dos canais de comunicação da Abravidro, destacando que a associação vidreira é a sede do o Comitê Brasileiro de Vidros Planos (ABNT/CB-37), responsável pela elaboração, revisão e atualização das normas técnicas relacionadas ao nosso material.
“É sempre um prazer poder falar aos especificadores sobre o vidro. Nosso material é muito versátil e é muito mais que um elemento de fechamento: quando bem-especificado, ele pode agregar beleza, transparência, conforto térmico e acústico e, principalmente, segurança aos ambientes”, apontou Iara, enfatizando a importância do conhecimento correto do uso do vidro e alertando que ferramentas de Inteligência Artificial (IA) muitas vezes não são confiáveis para levantar essas informações, trazendo informações erradas sobre os tipos de vidro que podem ser usados para certas aplicações – a tabela Que vidro usar?, desenvolvida pela Abravidro, é uma excelente ferramenta para consulta e pode ser acessada aqui.
ABNT NBR 7199: atualizada e mais focada na segurança
Em seguida, Vera Andrade iniciou sua palestra, explicando que a ABNT NBR 7199 é a principal norma do setor vidreiro nacional, estabelecendo o tipo de vidro adequado para cada vão a ser fechado, oferecendo metodologia para cálculos de espessura e descrevendo os requisitos e recomendações para seu transporte, armazenamento, folgas, calços e outros pontos.
Entre as principais mudanças feitas na norma, Vera apontou que a tabela de usos e aplicações dos vidros foi reformulada, com um novo formato mais informativo e intuitivo; além disso, a ABNT NBR 7199 agora traz informações sobre o vidro termoendurecido – que ela ressaltou que, embora seja mais resistente que o vidro comum, não é considerado um vidro de segurança –, a atualização das regras para a composição do vidro insulado e a mudança de nomenclatura do vidro impresso, que agora passa a ser conhecido como vidro texturizado.
A coordenadora técnica da Abravidro então destacou o foco da versão atualizada da norma nos vidros de segurança, incluindo a definição desses produtos como sendo aqueles produzidos com o objetivo de reduzir o risco de ferimentos em caso de quebra.
Nesse sentido, Vera observou que o aramado deixou de ser considerado um vidro de segurança nessa atualização. Dessa forma, são considerados como vidros de segurança os temperados e os laminados que atendem à classificação de segurança expressa em suas respectivas normas.
Indo além da regra mínima
Vera também explicou as alterações na ABNT NBR 7199 em relação aos tipos de vidro permitidos em diversos tipos de aplicação, tais como portas e áreas adjacentes; divisórias e vitrines; ambientes de uso especial e com grande concentração de público; muros; guarda-corpos; fachadas verticais e janelas; coberturas, marquises e claraboias; e escadas, patamares e rampas. Em todas elas, houve uma ampliação na exigência do uso de vidros de segurança.
A coordenadora técnica da Abravidro apontou que também há aplicações que, embora não sejam obrigatórias, são recomendadas pela norma – como o uso de vidros de controle solar em instalações expostas à insolação constante. “A norma determina a regra mínima, mas isso não significa que os responsáveis por uma obra não possam ir além. Mesmo nos espaços em que o uso de vidro comum é permitido, a escolha por vidros de segurança ainda é a mais recomendado”, ela aconselhou.
Por fim, Vera informou os participantes do treinamento que já existem certificações para os vidros temperado e laminado, que atestam a qualidade e a segurança do produto e garantem sua padronização e rastreabilidade, e apresentou dicas para os interessados em adquirir os conhecimentos presentes na ABNT NBR 7199, tais como a tabela Que vidro usar? e as aulas dos cursos e trilhas profissionais do Educavidro – que já incluem essas atualizações –, além de avisar que a norma atualmente está disponível gratuitamente, por meio de uma iniciativa da Abravidro e da NürnbergMesse Brasil (organizadora da Glass South America).
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