Vidroplano
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‘Cabe a nós atuar pelo desenvolvimento do nosso mercado’

19/07/2017 - 13h50

Há pouco mais de dois meses na Abravidro, Iara Bentes já teve tempo para conhecer mais de perto as características do mercado vidreiro. Nascida em Brasília, está em São Paulo há sete anos e traz no currículo passagens pelo Ministério da Educação e Confederação Nacional da Indústria (CNI), além da indústria farmacêutica e outra associação setorial. Agora, nos cargos de superintendente da Abravidro e editora de O Vidroplano, seus desafios são outros: “Vivemos um momento difícil, sim, mas a Abravidro tem o papel fundamental de organizar o setor e ajudá-lo a atravessar esses tempos de adversidade”, comenta. A seguir, veja a entrevista exclusiva com Iara e conheça sua visão sobre o período atual do mercado e as ações da entidade.

Qual é o seu maior desafio na Abravidro?
Iara Bentes — Num curto intervalo de tempo, o setor vidreiro passou de seu apogeu, com mercado intensamente comprador, muitas obras e investimentos, para um momento de queda vertiginosa. Eu não vim aqui para reinventar a roda. Tem muita coisa boa sendo feita e minha ideia é dar prosseguimento a isso, somando novos projetos a essa pauta já tão qualificada da Abravidro.

Como a incerteza política e econômica atrapalha os planos para a retomada do crescimento do setor?
Iara — Vivemos um momento muito inglório em todos os aspectos. Como cidadão, a gente se vê desconsolado com essa realidade de escândalos quase que diários. Para o empresariado não é diferente, não se tem nenhuma certeza de que vamos sair dessa crise, principalmente pela sucessão de denúncias que contaminam o ambiente de negócios e impactam diretamente o dia a dia das empresas. Estamos em um setor no qual o desenvolvimento vem com grandes obras e investimentos — e o momento não está propício para isso.

_MG_9444Esse momento turbulento impacta os pleitos da Abravidro que envolvem o governo federal, como a questão da neutralidade do ‘IPI’?
Iara — Já temos uma solicitação de reunião em Brasília para abordar a questão da neutralidade do Imposto sobre produtos industrializados, o IPI. Nós avaliamos essas questões independentemente do cenário político, afinal, por mais que a crise exista e preocupe a todos, ela não pode ser paralisante.

De que modo a Abravidro pode trabalhar para que o segmento retome seu rumo em meio à crise?
Iara — Como entidade associativa e representativa, estamos aqui para dar voz aos pleitos de nossos associados. Em tempos de crise, cabe a nós estar especialmente atentos a toda e qualquer oportunidade de atuar em favor do desenvolvimento do nosso mercado.

Agora que já está inserida no setor vidreiro há mais de dois meses, qual a sua visão de nosso mercado?
Iara — Esses dois meses foram intensos e muito ricos. Sou jornalista e é uma característica dessa profissão a facilidade de mergulhar para aprender sobre algo novo. Tive ainda a oportunidade única e fundamental de ter feito a transição junto com Celina Araújo [que deixou os cargos de superintendente e editora de O Vidroplano em 30 de junho], que me permitiu adquirir conteúdo rápido e em profundidade. Vejo o mercado atravessando um momento difícil, buscando se reinventar e ter excelência em seus processos para passar de pé pela tempestade. Não tem sido fácil, há muitas dificuldades no caminho: aumento de preços da matéria-prima, atuação predatória das grandes distribuidoras e crise econômica e política.

_MG_9356A Abravidro está lançando a 13ª edição do Simpovidro, o maior simpósio vidreiro brasileiro. Como está a preparação do evento?
Iara — Estou chegando à entidade em ano de Simpovidro, que conta com enorme prestígio no mercado. É um evento em que todo mundo quer estar, que dá um norte para o setor e ajuda as empresas a repensar seus negócios. Por conta da crise, tivemos de rever alguns fatores no modelo: este ano, o simpósio tem um dia a menos e a expectativa de público é um pouco diferente da média dos últimos anos. Mas estamos trabalhando para fazer um evento com o mesmo padrão de qualidade de edições anteriores.

Como é assumir também o cargo de editora da revista ‘O Vidroplano’?
Iara — Não há dúvidas de que O Vidroplano — e todo o conteúdo produzido pela Abravidro — é o melhor sobre o setor vidreiro no Brasil. Vamos continuar trabalhando para fazer uma revista contemporânea, tanto visualmente como em termos de linguagem. Temos buscado também atrair os vidraceiros, com a coluna “Para sua vidraçaria”. É importante olhar para esse profissional, um parceiro essencial da cadeia. Sem ele, o processador não tem como escoar sua produção. Nada mais natural que a Abravidro direcione um conteúdo e informações para o vidraceiro fazer um trabalho ainda melhor.

_MG_9589Como foi a experiência de participar do Glass Performance Days (GPD) 2017, na Finlândia?
Iara — O que mais me impressionou no GPD foram a qualidade e o volume de conteúdo. Foram dois dias de programação muito intensa, com pessoas que são referência nas áreas em que trabalham. Infelizmente, a adesão de profissionais brasileiros, tanto da indústria processadora como de especificadores, ainda fica muito abaixo do esperado.

Gostaria de deixar uma mensagem ao setor vidreiro?
Iara — Minha mensagem é de que eu e a equipe da Abravidro estamos à disposição para trabalhar pelo setor. Quero trabalhar junto, buscar novos projetos e também continuar com o que está funcionando muito bem.

Fale com eles!
Abravidro — www.abravidro.org.br

Este texto foi originalmente publicado na edição 535 (julho de 2017) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista.



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