Sinais

Rafael Ribeiro reflete sobre para onde caminha o setor vidreiro brasileiro
Editorialreportagens
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À medida que nos aproximamos do final de mais um ano, me vejo refletindo sobre para onde caminha o setor vidreiro brasileiro e, em especial, a rentabilidade das empresas da cadeia de processamento. 2025 não tem sido um ano fácil e, mesmo no último trimestre, período no qual a demanda pelo nosso material costuma aquecer, o cenário não é muito diferente: informalidade em alta, margens apertadas e, para piorar, a concorrência dos vidros processados importados.

Não bastassem os altos índices de ociosidade nas processadoras, os números do comércio internacional no mês de outubro surpreenderam: mais de 31 mil toneladas entre matéria-prima, temperado e laminado – esse último registrando o terceiro ano consecutivo de recorde histórico de volume. Nossas empresas, que trabalham aquém da capacidade do parque industrial instalado no Brasil, agora têm visto o mercado adicionar capacidade com a importação de vidros processados. Já são mais de 60 mil toneladas este ano, a maior parte vinda da China.

Como tudo na vida, as visões sobre o tema não são unânimes: há quem enxergue como ameaça, mas há também quem veja como oportunidade, ou pelo menos uma estratégia para tentar manter alguma competitividade. Fato é que num mercado com mais de quinhentas indústrias em atividade, os volumes importados dão ar de concretude à palavra desindustrialização. Será que deixaremos de ser industriais para nos tornarmos comerciantes ou prestadores de serviço?

A reflexão sobre o mercado em que atuamos é sempre válida, em especial agora, quando nos preparamos para iniciar um novo ano. E não será um ano qualquer: 2026 será repleto de feriados, com Copa do Mundo em junho e eleições majoritárias em outubro – fatores que adicionam complexidade para o dia a dia dos empreendedores.

Embora o Termômetro Abravidro mostre resultados positivos nos últimos dois meses, a percepção geral é de que o melhor período do ano em termos de demanda chegou, mas mais devagar e mais tarde que o esperado. A taxa Selic alta segue inibindo investimentos e impactando o nosso segmento. Como você tem preparado sua empresa para o ano que vem? Quem não está preocupado não está prestando atenção aos sinais.

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