Vidroplano
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O Brasil e o vidro em 2019!

21/03/2016 - 11h55

Este texto foi originalmente publicado na edição 519 (março de 2016) da revista O Vidroplano. Leia a versão digital da revista clicando aqui

Alexandre_pestana_EditorialAssim como todos os integrantes de nosso mercado, confesso que fui surpreendido com o anúncio do investimento da nova linha de produção de float feito pela AGC. Passada a surpresa inicial, constatei que a entrada de novos players no vidro do Brasil está tendo consequências além daquelas imediatamente previstas.

Anteriormente, novas linhas eram construídas quando o mercado já estava maduro para absorver sua produção — tínhamos até nos acostumado à tradicional falta de matéria-prima nos momentos de demanda aquecida às vésperas do acendimento desses fornos. Agora, assim como ocorre em nossa indústria de transformação, o investimento é feito a partir de uma expectativa de consumo futuro. Portanto, num cenário de baixa atividade e sobre-oferta de vidro como o atual, a atitude da AGC pode parecer precipitada — assim como três anos atrás seria loucura imaginar uma queda tão grande como vivenciamos hoje.

Outro ponto importante é o fato de a líder mundial em fabricação de vidros decidir alinhar a sua participação de mercado ao que já tem em outras partes do mundo. Essa visão melhora a posição de nosso país no contexto vidreiro global, principalmente no acesso a novas tecnologias para aplicação do produto.

O anúncio da AGC também sinaliza um novo arranjo de forças do vidro no Brasil, com uma competição cada vez mais acirrada entre as fabricantes e, certamente, uma reavaliação mais profunda por parte de quem opera no País há mais tempo.

Conforme as manifestações de vários clientes da AGC no momento do anúncio do novo forno, a decisão da empresa vem como uma luz no fim do túnel para quem está bravamente lutando para ultrapassar os tão amargos dias atuais. Eles nos obrigaram a olhar um pouco mais à frente, nos lembrando que estão mantidos vários fundamentos que impulsionaram um crescimento vultoso de nosso mercado entre 2006 e 2013. Nosso déficit habitacional e de infraestrutura ainda é gigantesco e, portanto, temos um baixo consumo de vidro per capita comparado a outros países, o que nos leva a um enorme potencial de desenvolvimento.

Vejo que os japoneses estão se organizando para o Brasil de 2019. E você, está preparando sua empresa para quando o mercado voltar a crescer?



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